QUEDA DE 71%!

Inimigo de Xandão, Musk naufraga nos EUA

Sumiu de eventos ao lado de Donald Trump

Trump chegou ao ponto de promover os produtos de Musk na Casa Branca, mas as vendas não reagiram.
Garoto propaganda.Trump chegou ao ponto de promover os produtos de Musk na Casa Branca, mas as vendas não reagiram.Créditos: Casa Branca
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O empresário Elon Musk, dono da Tesla, da SpaceX e do X, vai precisar mais do que nunca dos contratos com o governo federal dos Estados Unidos de seu amigo Donald Trump para se manter como o homem mais rico do planeta.

Quando o ministro Alexandre de Moraes tirou a rede X do ar no Brasil, ainda que por apenas alguns dias, em 2024, Musk estava no auge do seu poder como militante de extrema-direita e dedicou dezenas de postagens para denunciar o ministro do STF a seus mais de 200 milhões de seguidores.

Agora, porém, é Musk quem está na defensiva, depois que a Tesla revelou nesta terça-feira, 22, uma queda de faturamento líquido de 71% no primeiro trimestre deste ano em relação ao mesmo período do ano passado.

As ações da Tesla já caíram mais de 40% desde o início de 2025, em parte por causa da forte competição da chinesa BYD no mercado internacional.

Porém, a companhia tem sentido forte impacto das ações políticas de Musk à frente do Departamento de Eficiência Governamental, que apesar de ser uma infraestrutura informal tem comandado profundos cortes em agências federais dos EUA, demitindo mais de 250 mil funcionários públicos até agora.

Republicanos sentem impacto da motosserra

Elon Musk não teve um único voto, não passou por aprovação do Congresso mas se exibiu publicamente com uma motosserra dada a ele pelo presidente da Argentina, Javier Milei, num evento da extrema-direita em Washington.

Muito em função disso, concessionárias da Tesla foram alvos de manifestações e boicotes, consumidores colocaram a venda seus veículos e algumas dezenas foram vandalizados nas ruas.

Musk, sempre muito falante no X, agora se concentra em promover a Starlink, que segundo ele já presta serviços de telefonia via satélite em 120 países.

De acordo com a Bloomberg, depois do anúncio desastroso de hoje, Musk participou de uma chamada com investidores na qual afirmou que a partir de maio deve dedicar muito mais tempo à Tesla do que a seu cargo de "assessor informal" de Trump.

Congressistas republicanos tem sido alvos de manifestações raivosas de eleitores em seus distritos por conta dos cortes comandados por Musk com o potencial de afetar os serviços públicos.

Dependente da China

Em fevereiro deste ano, depois de Musk assumir a posição no governo Trump, as vendas da Tesla nos EUA foram de pouco mais de 40 mil veículos elétricos, praticamente o mesmo do mês anterior, enquanto na China -- segundo maior mercado para a marca -- experimentaram queda anualizada de mais de 10%.

O bilionário também está sob ataque da base trumpista mais à direita, justamente por manter negócios com a China. Ele já criticou publicamente, ainda que sem mencionar Donald Trump, o tarifaço anunciado pela Casa Branca, que "puniu" Beijing com tarifas acumuladas de 245%.

Com a queda generalizada do preço das ações provocada por Trump, Musk já teria visto mais de U$ 100 bilhões de sua fortuna de papel evaporar em 2025. Nos últimos dias ele desapareceu dos constantes eventos em que bajulava Trump publicamente.

Num passado remoto, a Tesla chegou a projetar que venderia 20 milhões de veículos por ano, mas nunca chegou a 2 milhões.

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