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Eleições no Equador: Daniel Noboa e Luisa González têm disputa acirrada no 2º turno

Eleição deste domingo (13) coloca em campos opostos o candidato da direita/extrema direita Daniel Noboa e a esquerdista Luisa González; pesquisas apontam cenário incerto

Créditos: Presidencia de la República del Ecuador e Christian Medina/Asamblea Nacional
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O Equador vai às urnas neste domingo (13) para decidir quem ocupará a presidência do país em uma disputa que promete ser acirrada. No primeiro turno, o atual presidente e candidato à reeleição Daniel Noboa e sua adversária, a candidata de esquerda Luisa González, tiveram aproximadamente 4,5 milhões de votos cada um, com uma pequena vantagem de 17 mil votos para Noboa.

Agora, a história pode ser outra. Embora diversos levantamentos mostrem resultados distintos, uma pesquisa da consultoria Trespuntozero atribui 51,9% à representante do Revolução Cidadã, enquanto o postulante da Ação Democrática Nacional (ADN) tem 46,7%. Em votos válidos, os percentuais são de 52,6% e 47,4%.

Já outra sondagem, da Comunicaliza, realizada entre 2 e 3 de abril, indicou um empate técnico, com González obtendo 50,3% dos votos válidos, contra 49,7% de Noboa. A tensão cresce em relação ao resultado eleitoral quando se considera que, desde 4 de abril, não podem ser publicadas novas pesquisas segundo a legislação eleitoral equatoriana.

Reprise (em parte) das eleições de 2023

O duelo entre os dois repete o cenário das eleições presidenciais realizadas há dois anos, quando ambos também disputaram o segundo turno.

Noboa venceu as eleições após a convocação de eleições antecipadas por parte do então presidente Guillermo Lasso, que dissolveu a Assembleia Nacional em 2023. Aos 35 anos na época da posse, Noboa tornou-se o presidente mais jovem da história do Equador eleito por voto popular.

Filho de um dos magnatas da banana mais ricos do Equador, como outras figuras políticas do campo da direita/extrema direita do continente, ele ascendeu ostentando o discurso de outsider político. Pediu abertamente a ajuda de governos estrangeiros na luta contra as gangues do tráfico de drogas no país e solicitou pessoalmente seu aliado próximo, o presidente dos Estados Unidos Donald Trump, que interviesse na luta contra as organizações criminosas.

Na quinta-feira (10), Noboa realizou seu evento de encerramento de campanha em Guayaquil, onde fez um discurso de aproximadamente seis minutos, mantendo seu padrão de falas curtas. Em sua fala, afirmou que o Equador "não merece ser maltratado como tem sido pelos mesmos políticos de sempre e por aqueles corruptos que hoje querem manchar sua imagem e nos atingir".

"As pessoas querem um plano real; elas querem um líder jovem que arriscou a vida por elas", disse ainda.

Apoio de mulheres e do movimento indígena

Durante sua campanha, em especial no segundo turno, Luisa González buscou uma unidade política diante do neoliberalismo de Noboa. 

Apoiada pelo ex-presidente Rafael Correa, que vive no exílio em Bruxelas, na Bélgica, desde 2017, ela teve que se equilibrar entre cativar a base de apoio correísta e, ao mesmo tempo, cultivar sua liderança própria para superar a rejeição que boa parte da sociedade equatoriana tem em relação a Correa.

Defendeu uma maior presença do Estado e um aumento nos investimentos públicos e privados, e destacou a necessidade de programas e políticas públicas voltadas para as mulheres e de fortalecimento das universidades públicas. A candidata promete que, se for eleita presidente, "será aberta uma linha de crédito de até US$ 45 mil para mães solteiras".

"Quando levantamos a voz, nos chamam de loucas ou histéricas. Que nos chamem do que quiserem, mas que nos respeitem", disse a candidata durante o evento de encerramento da sua campanha, também em Guayaquil, onde chamou Noboa de "machista" pelos constantes ataques que sofre.

Um dos trunfos de González no segundo turno é a reaproximação com o movimento indígena, que se afastou do correísmo durante a gestão do ex-presidente. Em 30 de março, ela assinou o “Acordo pela Vida e Plurinacionalidade” com o Movimento Pachukutik, segmento político da Confederação de Nacionalidades Indígenas do Equador (CONAIE), assumindo compromisso com diversas demandas do movimento.

Com informações de Primicia e La Diaria
 

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