LUTO

O drama da mãe do fotógrafo brasileiro achado morto em Paris

O corpo de Flávio de Castro Sousa foi encontrado no Rio Sena 45 dias depois de seu desaparecimento

Flávio de Castro Sousa morreu na França.Créditos: Arquivo Pessoal
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O corpo do fotógrafo brasileiro Flávio de Castro Sousa, de 36 anos, foi encontrado no Rio Sena, em Paris, na França, no dia 4 de janeiro de 2025, depois de 45 dias desaparecido. Porém, além do drama da perda, a família ainda luta para trazer os restos mortais ao Brasil.

Os familiares aguardam os prazos que envolvem a transferência bancária internacional, feita na sexta-feira (28), para obter uma data definitiva para a realização da cremação e translado do corpo, que continua preservado no instituto francês equivalente ao IML há quase dois meses.

A auxiliar de enfermagem Marta Maria de Castro, mãe do fotógrafo mineiro, afirmou ter efetuado o pagamento da funerária francesa na sexta (28). Agora, espera que seja marcada uma data definitiva para a cremação e, em seguida, conseguir, enfim, a certidão de óbito.

Marta recebe apoio consular em relação aos trâmites burocráticos, mas não prevê ajudas financeiras. Portanto, ela precisou se organizar para financiar os custos. “Após a chegada do pagamento na funerária, o Consulado informou que o prazo em Paris para a cremação é de mais ou menos dois dias”, relatou, em entrevista à RFI.

Maria Iolanda da Silva, amiga da família, que mora na França há 42 anos, informou que, por causa de burocracias enfrentadas na conta bancária brasileira, a mãe de Flávio teria levado três dias nas tentativas de contratar a funerária de nome Aunis.

Rifa para auxiliar família

A mãe do fotógrafo revelou que “a cremação ficou em mais de R$ 23 mil”. Marta explicou que apenas de taxas bancárias da transação e do câmbio “descontaram cerca de R$ 8 mil”.

Marta está sob efeito de remédios desde o desaparecimento do filho no dia 26 de novembro de 2024. Ela organizou uma rifa virtual de uma bicicleta profissional que pertencia a Flávio Carrilho, seu nome artístico nas redes sociais, para tentar alcançar R$ 60 mil e ajudar nos custos.

“Toda ajuda é fundamental para que eu e minha família possamos trazer o corpo do meu filho para seu último adeus junto aos seus familiares”, disse ela.

Morte por afogamento

Maria Iolanda contou que, em seu último contato com os investigadores em Paris, exames toxicológicos realizados em Flávio detectaram grande quantidade de álcool no sangue. Além disso, foi confirmada a morte por afogamento.

Ela destacou, ainda, que os agentes ficaram surpresos pelo fato de o corpo ter sido achado somente 45 dias depois, no Rio Sena, em local distante mais de 20 km das últimas imagens de Flávio vivo, captadas por câmeras de segurança na beira do rio, próximo da Torre Eiffel.

A amiga afirmou, também, que busca ajudar a família nos procedimentos para reaver os pertences de Flávio, como computador, celular e roupas, que continuam em Paris.

“Vou tentar com o Consulado através de despacho diplomático, já que há ainda alguns pertences que estão em posse do Consulado brasileiro em Paris”. Porém, a informação não foi confirmada pelo Consulado.

Sem atestado de óbito

Além dos gastos com cremação e translado do corpo, a mãe de Flávio ainda sofre com outras dificuldades.

“Estou tendo muitas despesas do lado de cá também com a entrega de apartamento do Flávio. Tive que pagar três meses de aluguel e fazer pintura e sinteco. Eu não tenho acesso de nada de conta bancária do Flávio, só quando o corpo chegar aqui e eu tiver o atestado de óbito para dar entrada no Fórum, mas aqui as coisas vão muito devagar”, desabafou.

“São muitas despesas só para resolver com a imobiliária do apartamento, tendo que pagar dois meses de aluguel, mais o mês da reforma. Eu tive que pagar já mais de R$ 12 mil. Tem outras coisas que eu preciso acertar, mas eu estou esperando para ver se conseguimos vender mais a rifa, porque eu não tenho condições, eu ganho pouco”, concluiu a mãe, que mora em Candeias, Minas Gerais. O apartamento de Flávio fica em Belo Horizonte.

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