DE UM ALIADO...

Trump ameaça tomar Groenlândia à força

Presidente pede apoio ao secretário-geral da OTAN

Ameaça.Os moradores da Groenlândia deram maioria eleitoral a um partido que defende a independência da ilha.Créditos: Reprodução DW
Escrito en GLOBAL el

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, endureceu sua retórica a respeito de assumir o controle do canal do Panamá e da Groenlândia, hoje ligada a um parceiro de Washington na aliança militar do ocidente, a Dinamarca.

Ao receber o secretário-geral da OTAN, Mark Rutte, na Casa Branca, ele afirmou:

"Você sabe, Mark, que precisamos disso [do controle da Groenlândia] não apenas para segurança internacional -- nós temos muitos de nossos jogadores favoritos em torno de nossa costa e temos de ter cuidado. Vamos conversar com você a respeito disso".

Os "jogadores favoritos" são uma referência à Rússia e à China.

Os Estados Unidos controlam a base espacial de Pituffik, na Groenlândia. Durante o encontro, Trump sugeriu que mais tropas poderiam estar a caminho da ilha.

Com cerca de 60 mil habitantes, a Groenlândia é um território autônomo da Dinamarca. "Já deu", escreveu em uma postagem o primeiro-ministro da ilha, Mute Egede, sobre as seguidas falas de Trump a respeito de controlar o território, rico em minerais como urânio, zinco, ouro, diamantes e lítio.

Em recentes eleições, os moradores da Groenlândia deram maioria a um partido que defende a independência tanto em relação à Dinamarca quanto aos Estados Unidos.

Mark Rutte, o secretário-geral da OTAN, disse que a aliança "não quer ser arrastada" para a polêmica.

Ocupação do Panamá

De acordo com a agência Reuters, o governo Trump pediu ao Pentágono que apresente opções para que os Estados Unidos tenham acesso "ilimitado" ao canal do Panamá.

De acordo com a rede NBC, o Comando Sul dos Estados Unidos vai apresentar ao governo propostas que vão do desenvolvimento de parcerias com as forças de segurança do Panamá à menos provável tomada imediata do controle do canal com invasão militar.

A Casa Branca já fez com que o governo panamenho desistisse de se integrar à Nova Rota da Seda, projeto de infraestrutura da China.

Além disso, a empresa baseada em Hong Kong que controlava dois portos no Panamá concordou em vender sua participação a um consórcio liderado pela Blackrock, empresa dos Estados Unidos.

Trump tem perdido popularidade por conta de sua prioridade na guerra comercial -- que pode afetar a inflação e o preço dos alimentos nos EUA -- um dos motivos, aliás, de sua vitória eleitoral.

Quem pagará as tarifas são as empresas importadoras estadunidenses, que podem repassar a alta aos consumidores.

A persistente queda nas bolsas de valores afeta diretamente todos aqueles que tem a aposentadoria ligada a cestas de ações -- são milhões de pessoas, inclusive eleitores de Trump.

Conflitos externos muitas vezes foram usados por ocupantes da Casa Branca para desviar a atenção de problemas domésticos.

Reporte Error
Comunicar erro Encontrou um erro na matéria? Ajude-nos a melhorar