TESLA

“Nazista”: pichações e explosivo em sedes da Tesla marcam protestos contra Musk nos EUA

Além da atuação questionável à frente do DOGE, Musk é condenado publicamente por sua conduta apologética ao nazismo, e uma série de protestos contra a sede da Tesla tem ocorrido nos últimos dias

Tesla marcado com pichação em que se lê "Fuck Musk".Créditos: divulgação/X
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Desde que o multibilionário Elon Musk — CEO de empresas como a SpaceX, a Tesla e a rede social X — assumiu o comando de um novo departamento do governo norte-americano, o DOGE (Department of Government Efficiency), dedicado ao corte extremo de "gastos" via demissões em massa e a exigência de trabalho 100% presencial para servidores públicos, múltiplos ataques têm sido feitos às sedes da Tesla, empresa automotiva de Musk.

A onda de protestos contra o CEO da Tesla e agente governamental "braço direito" de Donald Trump é motivada por uma outra onda: a de demissões, que já somam 62 mil cargos federais e são estimadas em até 300 mil segundo dados da Apollo Global Management, empresa privada de ativos dos EUA.

As demissões ocorrem por incentivos do DOGE, mas também dentro dele: desde sua criação, pelo menos 21 funcionários do governo já assinaram suas cartas de demissão, em que mencionavam como motivo o "desmantelamento de serviços públicos essenciais" produzido pela recém-criada ala do governo trumpista, como divulgou a Associated Press.

Manifestantes têm se reunido periodicamente em frente às lojas da Tesla, segurando cartazes e performando atos de vandalismo, como forma de protesto à atuação de Musk no governo e à sua figura reacionária — inclusive sua constante apologia ao nazismo.

 No dia 11 de fevereiro, uma mulher de 42 anos foi levada presa após "causar danos" a uma loja da Tesla no Colorado, acusada de ter pichado seu interior com a palavra "NAZI" — em referência à saudação nazista performada por Musk durante a inauguração de Trump na presidência dos Estados Unidos, em 20 de janeiro.

Leia mais: O gesto nazista de Musk e o futuro do planeta - Revista Fórum

No dia 3 de março, mais protestantes se reuniram em Maryland, em frente a uma das lojas da Tesla, em protesto a Musk — e mais atos de pichação se seguiram. Um deles foi o desenho de uma suástica em que se lia "No Musk" ("Musk não").

Ao longo dos dias seguintes, entre os 4  e 8 de março, mais atos de vandalismo foram registrados em Massachusetts, Nova York, Boston, Oregon e Colorado. 

Uma usuária da rede social X diz: "No protesto da Tesla em São Francisco, as buzinas são ensurdecedoras!"

No dia 6, houve uma ocorrência de tiros disparados contra uma loja da Tesla em Portland (Oregon), que atingiram carros e geraram danos graves em uma das lojas da Tesla.

Na sexta-feira (7), um explosivo caseiro foi atirado ao pátio de uma loja e causou um incêndio entre os veículos Tesla, que foram danificados, no momento em que funcionários do prédio faziam uma limpeza noturna.

Além da atuação questionável à frente do DOGE, Musk é condenado publicamente por sua conduta apologética ao nazismo — como foi o caso da série de menções feitas por ele em janeiro, em ocasião do Dia da Memória do Holocausto, quando chegou a dizer que “há muito foco na culpa do passado” e que era preciso “caminhar para além disso", além de afirmar que partidos anti-imigração que estimulem a preservação cultural da Europa são "a maior esperança para a Alemanha". 

"É bom ter orgulho da cultura alemã, dos valores alemães, e não se perder nessa espécie de multiculturalismo que dilui tudo", disse Musk na ocasião.

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