O presidente Lula (PT) deu uma entrevista neste sábado (1°) e comentou o bate-boca vergonhoso ocorrido em pleno Salão Oval da Casa Branca, na tarde de sexta-feira (28), entre o presidente dos EUA, Donald Trump, e seu homólogo ucraniano Volodymyr Zelensky. O visitante foi humilhado numa transmissão ao vivo para todo o mundo.
"Eu sinceramente não sou diplomata. Mas acho que a diplomacia, desde que o planeta Terra foi criado, desde que a diplomacia foi criada, não se via uma cena tão grotesca, tão desrespeitosa como aquela que aconteceu no Salão Oval da Casa Branca", começou dizendo Lula.
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Na visão do estadista brasileiro, o presidente da Ucrânia foi humilhado de uma maneira vergonhosa. Ele disse ainda que, para ter feito o que fez, Trump deve acreditar que tem razões para tal conduta absurda.
"Acho que o Zelensky foi humilhado, acho que, na cabeça do Trump, o Zelensky merecia isso e acho que a União Europeia foi prejudicada", analisou.
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Lula previu ainda que o episódio deve resultar num novo cenário, no qual a Europa terá que se garantir sozinha em termos de defesa, assumindo as rédeas da OTAN e abandonando a dependência que desenvolveu durante décadas dos EUA.
"É bem possível que a Europa fique responsável pela manutenção da OTAN e é bem possível que a Europa seja responsabilizada pelo desastre que está acontecendo. Quando, na verdade, não é um problema de nenhum país. É um problema de responsabilidade de gente que não quer discutir a paz e que prefere discutir guerra", disse ainda.
O veterano chefe de Estado do Brasil ainda insistiu na tese de que a paz deve predominar em relação a qualquer litígio, sendo esta a única alternativa para o bem-estar de todos, sem que as nações apelem à guerra.
"Eu espero que agora todo mundo tenha aprendido uma lição. Somente a paz é capaz de trazer ao mundo a normalidade e a gente viver com prosperidade e com distribuição de riqueza para o nosso povo", acrescentou Lula.
Para finalizar, o presidente repetiu o que já havia dito há quase dois anos, quando tentou mediar um acordo de paz entre Ucrânia e Rússia. Para ele, diferentemente do que fez Trump, só haverá um fim do conflito se as duas lideranças envolvidas conversarem.
"Acho que não tem paz se não houver participação dos dois presidentes que estão em conflito. O que é preciso é tomar uma decisão correta se o mundo quer paz, acho que o mundo precisa de paz", concluiu.
Veja entrevista: