Do grego "Campos Ardentes", os Campi Flegrei (ou Campos Flégreos), uma caldeira vulcânica ativa na região da Campânia, que abrange uma área de densidade populacional considerável (incluindo partes de Nápoles), são compostos por cerca de 24 crateras vulcânicas, que têm produzido eventos eruptivos há pelo menos 60 mil anos.
Eles ficam a apenas 30 km do Vesúvio, cuja erupção mais fatal ocorreu em 79 d.C., e foi responsável pela destruição de Pompéia e Herculano. A última erupção do Vesúvio foi registrada em 1944, e seu vulcão principal tem estado adormecido desde então — mas continua a ser considerado um dos vulcões mais perigosos do mundo, por sua proximidade de Nápoles e pela ocorrências de fluxos piroclásticos (correntes de gás, cinzas e fragmentos rochosos que atingem altas temperaturas e podem viajar a mais de 150 km por hora).
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Já seu vizinho, os Campi Flegrei, registraram sua última grande erupção em 1538, que durou 8 dias e originou uma nova montanha: o Monte Nuovo.
Nesta segunda-feira (17), a caldeira vulcânica dos Campi Flegrei registrou um tremor de magnitude 3.9, que sacudiu os campos, mas não provocou danos. As atividades sísmicas têm sido recorrentes nos últimos meses, e um terremoto da mesma magnitude foi registrado no domingo (16), de acordo com autoridades do Instituto Nacional de Geofísica e Vulcanologia (INGV) italiano.
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Escolas e edifícios foram fechados e evacuados por precaução após o novo registro, informa a Agenzia ANSA, que evidencia as diferenças geológicas entre a caldeira e o Vesúvio: enquanto o Monte Vesúvio é formado por um estratovulcão principal (marcado por erupções mais frequentes e explosivas, e formado por um cone íngreme), os Campi são formados por "crateras espalhadas por uma estrutura chamada 'cadeira', uma área rebaixada e relativamente circular que se formou devido à erosão causada por erupções passadas".
Hoje, os Campi Flegrei possuem um sistema magmático ativo, que pode ter adentrado um novo ciclo de magma, de acordo com informações de 2018, fornecidas por uma equipe de cientistas que avaliou fragmentos de rochas, minerais e vidro, além de substâncias químicas da região.
"Os cientistas determinaram que as condições do magma poderiam estar entrando em uma fase de aumento de pressão, o que tende a acontecer antes das erupções", informa uma reportagem da Sputnik.
Apesar disso, as autoridades italianas afirmam que, por enquanto, não há nenhum risco de erupção à vista.
O abalo avistado na região hoje (17) foi, de acordo com a ANSA, "seguido por uma réplica de 2.5 [de magnitude], totalizando pelo menos 11 tremores superiores a 2.0 nos últimos três dias".