Um novo relatório divulgado nesta segunda-feira (27) por uma das principais entidades médicas dos Estados Unidos aponta que as doenças cardíacas continuam sendo a principal causa de morte no país.
Os dados publicados no periódico Circulation foram compilados pela American Heart Association (AHA), em conjunto com o National Institutes of Health, e apontam que 941.652 americanos morreram de doenças cardiovasculares em 2022, o ano mais recente com estatísticas disponíveis.
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O resultado mostra um aumento de mais de 10 mil pessoas mortas por problemas cardíacos em relação aos pouco mais de 931.500 relatados em 2021. Isso significa que uma pessoa nos EUA morre de doença cardiovascular a cada 34 segundos, ou quase 2.500 todos os dias.
“Muitas pessoas estão morrendo de doença cardíaca e de derrame, que continua sendo a quinta principal causa de morte. Juntos, eles matam mais pessoas do que todos os cânceres e mortes acidentais – as causas de morte nº 2 e nº 3 – combinados”, diz o médico Keith Churchwell, presidente voluntário da American Heart Association.
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Sinais de alerta
O editorial que acompanha a atualização estatística de 2025 observa que a prevalência de fatores de risco cardiovascular deve piorar nas próximas décadas.
“Embora tenhamos feito muito progresso contra doenças cardiovasculares nas últimas décadas, ainda há muito trabalho a ser feito. Se as tendências recentes continuarem, a hipertensão e a obesidade afetarão mais de 180 milhões de adultos nos EUA até 2050, enquanto a prevalência de diabetes aumentará para mais de 80 milhões. E no mesmo período, esperamos ver um aumento de 300% nos custos de saúde relacionados a doenças cardiovasculares”, disse Dhruv S. Kazi, professor associado da Harvard Medical School, em Boston.
Vários fatores de risco para doenças cardíacas continuam aumentando, com quase 47% dos adultos estadunidenses tendo pressão alta e 57% diagnosticados com diabetes tipo 2 ou pré-diabetes. Além disso, 72% dos adultos nos EUA estão acima do peso, com quase 42% obesos, o que também é um fator de risco para o desenvolvimento de doenças cardiovasculares, de acordo com o relatório da AHA.
"É alarmante notar que o excesso de peso agora nos custa ainda mais vidas do que fumar – já que as taxas de tabagismo realmente caíram nos últimos anos. O excesso de peso é o novo tabagismo quando se trata de ameaças à saúde”, aponta a professora de medicina cardiovascular na Universidade de Stanford em Palo Alto, Califórnia, Latha P. Palaniappan.
Boas notícias
Como observou Palaniappan, o uso do tabaco, considerado há muito tempo uma das principais causas de morte evitáveis nos EUA e no mundo, tem caído entre adultos e jovens.
Desde o primeiro relatório da autoridade de saúde dos EUA sobre os perigos do tabagismo para a saúde, a prevalência ajustada por idade do tabagismo entre adultos reduziu de 51% em 1965 para 15,6% em 2018, e de 34% das mulheres em 1965 para 12% em 2018. O consumo atual de cigarros entre todos os adultos dos EUA é de 11,5%.
Há mais boas notícias no relatório. “Outra tendência positiva ao longo dos anos tem sido uma redução nas taxas de colesterol alto. Isso provavelmente se deve, em parte, à maior conscientização sobre os fatores alimentares e de estilo de vida que impactam os níveis de colesterol, juntamente com a disponibilidade de medicamentos e melhor controle clínico”, disse Churchwell.