De acordo com uma apuração realizada pelo instituto britânico YouGov, que entrevistou uma amostra de 2.225 pessoas, pelo menos 50% dos britânicos acreditam que o Reino Unido deveria voltar a integrar a União Europeia — em vista de apenas 30% que continuam a apoiar integralmente a decisão de saída e acreditam que foi o movimento correto.
O Reino Unido deixou a UE em 2016, quando um referendo público obteve 51,9% de votos válidos a favor de sua retirada, no processo denominado "Brexit" (junção das palavras Britain e exit), que foi oficializada há quase cinco anos exatos, em 31 de janeiro de 2020.
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De cada seis pessoas que, na época do referendo, puderam votar a favor do Brexit, pelo menos uma acredita que a decisão foi um erro (isto é, 18% da amostra).
Já entre os jovens maiores de 18 anos que, à época, não conseguiram votar no referendo, a discordância é ainda maior: pelo menos 75% dos entrevistados gostaria que o Reino Unido continuasse a ser parte do bloco europeu.
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Os efeitos da saída foram brutais, afirma análise da revista Social Europe: houve uma perda equivalente a £ 27 bilhões no comércio com a UE no primeiro ano e uma desvalorização de 6,4% nas exportações, incluindo uma queda de £ 3 ao ano correspondente à exportação de bens alimentícios.
Estima-se, além disso, que o Brexit tenha "arrancado" do Reino Unido cerca de £ 1 milhão por hora desde então, de acordo com dados do Escritório de Estatísticas Nacionais.
E, segundo o Escritório de Responsabilidade Orçamentária, o PIB britânico poderia ser até 5% maior se o país ainda integrasse a UE. Para as famílias, estima-se que agora sejam gastas £ 210 extras no consumo de alimentos.
O governo atual do Reino Unido, liderado pelo Primeiro-ministro Keir Starmer, do Partido Trabalhista, e composto por políticos relativamente pró-UE, pode, agora, iniciar um novo processo de diálogo e levar a nação a um "reset" com o bloco.
Em outubro de 2024, num movimento simbólico, Starmer visitou a sede da UE em Bruxelas — foi a primeira vez de um líder britânico desde 2020.
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Mas, desta vez, se quisesse levar à frente uma reintegração, o Reino Unido precisaria abrir mão da libra para ingressar na ordem do euro, e outras condições provavelmente seriam exigidas para garantir a estabilidade da união.
Por enquanto, Starmer não indicou ter quaisquer intenções de levar à frente um processo de recolocação no bloco.