Duas espaçonaves da Agência Espacial Europeia (ESA), lançadas por um foguete da Agência Espacial Indiana (ISRO), devem ser capazes de realizar um "eclipse solar artificial" na órbita da Terra, a fim de que cientistas possam estudar a "coroa solar", camada mais externa da atmosfera do sol, que fica visível apenas durante os eclipses solares totais.
As duas plataformas gêmeas da ESA, chamadas Proba-3, devem voar juntas em coordenação total a fim de manter uma formação precisa, de "um único milímetro", para produzir um eclipse de até seis horas da coroa solar, informa a Agência.
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A missão tem sido supervisionada pelo Centro Europeu de Segurança Espacial e Educação (Redu), sediado na Bélgica, e estima-se que em algum momento do início deste ano a operação seja realizada: os dois satélites vão se separar, voar a 150 metros um do outro e, quando chegarem ao ponto preciso, devem se alinhar frente ao sol para projetar uma sombra e dar início ao fenômeno.
Os coronógrafos, bloqueadores da luz direta do disco solar em telescópios, são os instrumentos que permitem reproduzir o "trabalho" da Lua como bloqueador da luz solar.
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"Pela primeira vez no mundo, dois satélites – a espaçonave Coronagraph e a espaçonave Occulter – manterão a formação, com precisão de alguns milímetros e de alguns segundos de arco, a distâncias de cerca de 150 metros, por seis horas de cada vez", informa a ESA. "O efeito é que o par estará formando um satélite virtual gigante. E isso será alcançado de forma autônoma, sem depender da orientação do solo".
A implementação da missão começou em julho de 2014, e, na fase final, em 2025, o eclipse artificial deve "aproveitar" as condições astronômicas para testar ainda outras tecnologias, como instrumentos de metrologia para voos em formação, sensores e algoritmos para futuras missões a Marte e para "desorbitar satélites" na órbita baixa da Terra.
Os satélites Proba-3 devem voar em formação a cada seis horas, com pausas, para economizar combustível, e serão capazes de "criar eclipses sob demanda".
Ainda não se sabe quando o primeiro deles vai acontecer.