AGÊNCIA ESPACIAL EUROPEIA

Eclipse solar artificial e sob demanda: o ambicioso projeto da Agência Espacial Europeia para 2025

Duas espaçonaves da Agência Espacial Europeia (ESA) devem ser capazes de realizar, no início de 2025, um "eclipse solar artificial" na órbita da Terra

Eclipse - imagem ilustrativa.Créditos: Pixabay
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Duas espaçonaves da Agência Espacial Europeia (ESA), lançadas por um foguete da Agência Espacial Indiana (ISRO), devem ser capazes de realizar um "eclipse solar artificial" na órbita da Terra, a fim de que cientistas possam estudar a "coroa solar", camada mais externa da atmosfera do sol, que fica visível apenas durante os eclipses solares totais.

As duas plataformas gêmeas da ESA, chamadas Proba-3, devem voar juntas em coordenação total a fim de manter uma formação precisa, de "um único milímetro", para produzir um eclipse de até seis horas da coroa solar, informa a Agência.

A missão tem sido supervisionada pelo Centro Europeu de Segurança Espacial e Educação (Redu), sediado na Bélgica, e estima-se que em algum momento do início deste ano a operação seja realizada: os dois satélites vão se separar, voar a 150 metros um do outro e, quando chegarem ao ponto preciso, devem se alinhar frente ao sol para projetar uma sombra e dar início ao fenômeno.

Os coronógrafos, bloqueadores da luz direta do disco solar em telescópios, são os instrumentos que permitem reproduzir o "trabalho" da Lua como bloqueador da luz solar. 

"Pela primeira vez no mundo, dois satélites – a espaçonave Coronagraph e a espaçonave Occulter – manterão a formação, com precisão de alguns milímetros e de alguns segundos de arco, a distâncias de cerca de 150 metros, por seis horas de cada vez", informa a ESA. "O efeito é que o par estará formando um satélite virtual gigante. E isso será alcançado de forma autônoma, sem depender da orientação do solo".

A implementação da missão começou em julho de 2014, e, na fase final, em 2025, o eclipse artificial deve "aproveitar" as condições astronômicas para testar ainda outras tecnologias, como instrumentos de metrologia para voos em formação, sensores e algoritmos para futuras missões a Marte e para "desorbitar satélites" na órbita baixa da Terra.

Os satélites Proba-3 devem voar em formação a cada seis horas, com pausas, para economizar combustível, e serão capazes de "criar eclipses sob demanda".

Ainda não se sabe quando o primeiro deles vai acontecer.

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