Não se sabe se o anúncio tem a ver com a recente descoberta da presença de um produto químico em Vênus que poderia indicar a presença de organismos vivos, mas o fato é que, nesta terça-feira (15), o diretor da agência espacial russa Roscosmos, Dmitri Rogozin, afirmou que seu país estuda a possibilidade de enviar uma missão a esse planeta.
“Os cientistas estão analisando a viabilidade de uma missão exclusivamente russa”, declarou Rogozin, em entrevista a meios de comunicação do seu país. Contudo, também disse que existe a possibilidade de “retomar o projeto Venera D”, uma antiga iniciativa que envolveria colaboração com a agência NASA, dos Estados Unidos.
Um dia antes do anúncio da Roscosmos, a revista Nature Astronomy publicou um estudo de pesquisadores britânicos, japoneses e estadunidenses, revelando a descoberta do composto químico fosfina, um tipo de gás que é encontrado na Terra apenas através da sua produção por micróbios de ambientes anaeróbicos (sem oxigênio).
Em um tuíte, o biólogo Átila Iamarino comentou a revelação. “Ou vamos descobrir uma forma não orgânica de fazer fosfina (mais provável) ou vamos encontrar organismos em Vênus (seria fantástico)”, considerou o cientista brasileiro.
O chefe do Programa Avançado de Ciências da Roscosmos, Alexander Bloshenko, comentou o estudo publicado recentemente, e admitiu que ele está influindo no projeto russo. “Nosso trabalho vinha sendo elaborado já há algum tempo, mas a presença de uma substância química que pode indicar a presença de vida torna o projeto mais interessante, embora, seja importante considerar que essa não é, ainda, uma evidência conclusiva da existência de vida no planeta”.