Jacob Chansley, um dos primeiros apoiadores de Donald Trump a ir ao Capitólio em 6 de janeiro de 2021, em uma tentativa de impedir a certificação da vitória do candidato vitorioso nas eleições de 2020, Joe Biden, foi uma das pessoas agraciadas com o perdão do atual presidente assinado em seu primeiro dia de mandato.
O republicano concedeu perdões presidenciais a praticamente todas as 1.583 pessoas condenadas por suas ações naquele ataque, e Chansley foi um deles. À época da invasão, ele ficou conhecido por ostentar um chapéu de pele com chifres feito de pele de guaxinim, além de uma pintura facial vermelha, branca e azul, referência à bandeira do país.
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Com um megafone para agitar a multidão e uma lança de quase dois metros, sua imagem correu o mundo. Àquela altura, ele se denominava como "Xamã QAnon", mas repudiou depois o movimento, que prega uma teoria da conspiração de extrema direita, em seu julgamento. Embora seu figurino misturasse elementos indígenas e americanos, no Brasil ficou conhecido como "Viking do Capitólio".
Em novembro de 2021, foi sentenciado a 41 meses de prisão, mas saiu da prisão federal por bom comportamento após cumprir apenas 27 meses e enviado para uma casa de recuperação no Arizona. Antes da medida de Trump, ele tinha ainda dois anos de liberdade supervisionada pelo tribunal.
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Momentos depois de saber do perdão, Chansley tuitou: "Eu recebi um perdão, baby! Obrigado, Presidente Trump! Agora vou comprar algumas armas de merda! Eu amo este país! Deus abençoe a América."
As mudanças de Chansley
Ao The Independent, ele voltou a celebrar o perdão. "Nossos direitos nos são dados por Deus, não pelo governo. Liberdade é nosso estado natural de ser. Meu espírito é livre, nasci para ser selvagem [e] vou viajar pelo país agora que finalmente posso!", afirmou.
Sua retórica atual contrasta com seu comportamento após ser detido e se tornar réu por participar do ataque. Durante seu julgamento, seu advogado disse que Chansley estava "terrivelmente apaixonado" por Trump e acreditava, como outros manifestantes, que o presidente o havia chamado ao Capitólio, mas depois se sentiu traído pelo então presidente.
Após o primeiro mês na prisão, Chansley disse que havia reavaliado sua vida, sentiu arrependimento por ter invadido o prédio e pediu desculpas por "causar medo nos outros". Alegando que tinha sido "preparado" pela propaganda do MAGA (Make America Great Again, movimento trumpista), ele ligou para o FBI e se ofereceu, sem sucesso, para testemunhar perante o Congresso durante a segunda audiência de impeachment de Trump.
Chegou a maldizer o hoje presidente. “Ele [Trump] não era honrado”, disse. “Ele decepcionou muitas pessoas pacíficas. Tenho que deixar que outras pessoas o julguem.”