NENHUM IMIGRANTE...

Veteranos do Exército dos EUA por trás de ataques terroristas

Trump com as mãos livres para reprimir imigrantes, árabes e muçulmanos

Ataques.Material explosivo encontrado no Cybertruck em Las Vegas e a foto da bandeira do EI encontrada na caminhonete que atropelou em Nova Orleans.Créditos: Reprodução X
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Donald Trump está com as mãos livres para reprimir adversários e imigrantes quando assumir o poder, em 20 de janeiro, depois dos ataques que estão sendo investigados como atos de terrorismo nos EUA.

Em um deles, um estadunidense do Texas, veterano do Exército, usou uma caminhonete alugada para atropelar e matar 15 pessoas e ferir dezenas em Nova Orleans, às 3h15 da manhã da quarta-feira, 1o. de janeiro.

Shamsud-Din Bahar Jabbar, de 42 anos de idade, foi abatido depois de deixar o veículo atirando.

Trump usou a rede Truth Social para dizer que seus alertas sobre o perigo representado pelos imigrantes estava correto.

Porém, o autor do ataque em Nova Orleans nasceu em Beaumont, Texas.

Segundo o FBI, no veículo foram encontrados explosivos e uma bandeira do Estado Islâmico.

Antes do ataque, Jabbar postou vídeo nas redes sociais "jurando aliança" ao EI, sempre de acordo com as autoridades dos EUA.

O criador do Wikileaks, Julian Assange, sustenta que o EI surgiu a partir do financiamento dos EUA a grupos fundamentalistas que Washington promoveu para enfrentar a invasão do Afeganistão pela extinta União Soviética, em 1979.

Ele divulgou um telegrama secreto em que Hillary Clinton, então secretária de Estado, escreveu:

Precisamos usar nossos recursos diplomáticos e de inteligência mais tradicionais para pressionar os governos do Catar e da Arábia Saudita, que estão fornecendo apoio financeiro e logístico clandestino ao Isil e outros grupos sunitas radicais na região.

Isil é um dos nomes dados ao que hoje se convencionou chamar de EI. Curiosamente, o EI concentrou seus ataques ao Irã e à Rússia, dentre outros alvos, jamais a Israel.

Cybertruck em outro atentado?

Em Las Vegas, Nevada, um Cybertruck da Tesla explodiu diante de um hotel de Donald Trump, num caso que também está sendo investigado como possível ataque terrorista.

A polícia encontrou fogos de artifício, cilindros de gás e latas de gasolina dentro do veículo destruído.

Elon Musk correu à sua rede X para fazer propaganda do veículo que fabrica, dizendo que a explosão não danificou as portas e poupou a portaria do hotel graças à robustez do Cybertruck.

Os dois veículos envolvidos nos episódios foram alugados da mesma empresa, a Turo, uma locadora digital.

Em Las Vegas, uma pessoa morreu e 15 ficaram feridas. O morto aparentemente era o motorista.

Boina Verde

De acordo com a mídia de Nevada, o suspeito é outro veterano do Exército dos Estados Unidos, Matthew Livelsberger, de 37 anos de idade, um Boina Verde que serviu na mesma base de Shamsud-Din Bahar Jabbar, o autor do atropelamento em Nova Orleans.

Mais uma vez, não se trata de um imigrante.

Os ataques, no entanto, deixarão Donald Trump de mãos livres para agir não só contra imigrantes, mas potencialmente contra árabes e muçulmanos que vivem nos Estados Unidos.

Trump prometeu "deportação em massa" como uma das primeiras medidas de seu governo.

Em resposta, a presidenta de Honduras, Xiomara Castro, disse que se houver expulsão em massa os EUA poderão perder suas bases militares em Honduras.

A remessa de dólares feita por imigrantes hondurenhos representa quase 25% do PIB do país.

Musk em campanha permanente

Elon Musk segue tirando proveito de seu futuro cargo para se envolver em assuntos internos de outros países.

Ele escreveu um artigo em defesa da Alternativa para a Alemanha (AfD), dizendo que não se trata de um partido neonazista ou de extrema-direita, mas "libertário".

Os alemães vão às urnas em 23 de fevereiro, mas a candidata da AfD, Alice Weidel, tem poucas chances de se tornar chanceler porque outros partidos se negam a fazer qualquer tipo de coalizão com a extrema-direita neofascista.

Hoje, Musk defendeu novas eleições no Reino Unido, depois que uma pesquisa publicada pelo diário britânico Times informou que apenas 12% dos entrevistados acreditam que o primeiro-ministro Keir Starmer tenha tido um bom início de governo.

Starmer assumiu em julho de 2024 e desde então Elon Musk faz campanha no X em defesa da extrema-direita britânica, que promoveu violentos ataques de rua contra imigrantes.

Nascido na África do Sul, Musk vai assumir o cargo de comissário do Departamento de Eficiência Governamental no governo Trump. Bolsonaristas esperam dele alguma medida para ajudar a derrotar Lula em 2026.

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