Todos nós passamos a maior parte da vida ouvindo que “há muito mais mulheres que homens” no mundo. Em primeiro lugar é necessário indicar que, em termos mundiais, esse dado não seria verdadeiro, embora na maior parte dos países ocidentais realmente a população feminina seja maior, sobretudo pela maior expectativa de vida das mulheres. No mundo, pelo menos levando em consideração o último levantamento do tipo com credibilidade, realizado pelo Centro de Pesquisas Pew, com dados da Organização das Nações Unidas (ONU), em 2015, tínhamos 101,8 homens para cada 100 mulheres.
Igualmente conhecidos são os dados de alguns países que acabaram por ter mais habitantes masculinos do que femininos por conta de décadas de políticas de controle de natalidade muito agressivas, nas quais se estimulavam e valorizavam apenas os filhos homens, caso da China, atualmente com 105,2 cidadãos do sexo masculina para 100 do feminino. A Índia, por muito tempo, também fez parte deste clube, mas desde o censo de 2021 as mulheres passaram a ser maioria pela primeira vez na história, sendo 102 para cada 100 homens.
Em meio a esse mar de dados e números, no entanto, um país chama muito a atenção. Nele, há 248 homens para cada 100 mulheres, ou seja, uma população masculina acima de 71% do total de habitantes. Essa nação é o pequenino Catar.
Localizado numa diminuta península no Golfo Pérsico, com apenas 11.571 km², o Catar ficou mais conhecido nos últimos anos por ter sediado a Copa do Mundo de futebol de 2022. País árabe e de fé islâmica, com três milhões de habitantes, por lá a disparidade entre homens e mulheres é gritante, algo perceptível “a olho nu” para quem anda na rua.
No entanto, tal desproporção tem explicações bem simples. Segundo uma reportagem da BBC publicada à época da Copa do Mundo, aproximadamente 90% da população do Catar é de estrangeiros. Ou seja, só pouco mais de 300 mil pessoas são, de fato, cataris. Só que, por conta das rígidas leis islâmicas que segregam mulheres e não dão praticamente nenhum direito a elas, quem vai para lá trabalhar não leva a companheira, nem filhas.
Em último caso, muitos homens solteiros são contratados e vão viver lá. A bem da verdade, são poucos os indivíduos que levam suas esposas para viver naquele reino árabe e a ideia de que uma mulher estrangeira possa ser contratada para exercer sua profissão no Catar é um mero devaneio. Não, eles não contratam mulheres, exceto em situações muito restritas.
