DIPLOMACIA

Macron apoia papel de Lula na resolução da crise venezuelana

O presidente francês utilizou suas redes sociais para defender a transparência na contagem dos votos nas eleições na Venezuela

Macron apoia o papel de Lula na resolução da crise venezuelana.Créditos: Ricardo Stuckert
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O presidente da França, Emmanuel Macron, telefonou nesta segunda-feira (5) para o presidente Lula (PT), que está no Chile em visita oficial ao mandatário chileno Gabriel Boric, e felicitou o papel do Brasil na busca por uma solução da crise venezuelana.

De acordo com nota emitida pela Presidência da República, Macron, durante a ligação com Lula, agradeceu pela presença da primeira-dama Janja da Silva na abertura das Olimpíadas 2024, que ocorre em Paris. Como resposta, o presidente brasileiro agradeceu pela calorosa recepção dedicada à Janja.

Além disso, os dois chefes de Estado falaram sobre a crise instalada na Venezuela desde a realização da eleição que consagrou Nicolás Maduro como presidente eleito. A oposição venezuelana acusa o governo de "fraude eleitoral". Macron elogiou a postura de Lula e dos presidentes da Colômbia, Gustavo Petro, e do México, Manuel Lopes Obrador, que defendem transparência no processo eleitoral e a divulgação das atas.

Após a conversa com o presidente Lula, Macron usou as redes sociais para endossar o papel do brasileiro na busca por uma solução pacífica para a crise venezuelana.

"Com o presidente Lula, apoiamos o anseio do povo venezuelano por uma eleição transparente. Essa demanda está no cerne de qualquer democracia", escreveu Emmanuel Macron.

Brasil, Colômbia e México publicam comunicado conjunto sobre eleições na Venezuela
 

O governos do Brasil, da Colômbia e do México publicaram nesta quinta-feira (1) um comunicado em conjunto em que pedem uma saída institucional para o impasse criado na Venezuela após as eleições do último domingo (28). Logo após a votação, o Conselho Nacional Eleitoral venezuelano declarou a vitória de Nicolás Maduro e sua consequente reeleição.

A chapa de Edmundo González, apoiado por Corina Machado, a principal líder de oposição, no entanto, alega que o pleito foi fraudado e divulgou sua própria contagem de votos em que Maduro sai derrotado.

A partir daí, uma situação se conflagração foi registrada no país, com manifestações pró e contra Maduro se chocando nas ruas. Para completar os ingredientes, além das forças de segurança nas ruas para reprimir as manifestações, a disputa em torno dessa narrativa escalou para a imprensa internacional, incluindo os meios de comunicação brasileiros.

“As controvérsias sobre o processo eleitoral devem ser dirimidas pela via institucional. O princípio fundamental da soberania popular deve ser respeitado mediante a verificação imparcial dos resultados. Nesse contexto, fazemos um chamado aos atores políticos e sociais a exercerem a máxima cautela e contenção em suas manifestações e eventos públicos, a fim de evitar uma escalada de episódios violentos”, diz trecho da nota conjunta de Brasil, México e Colômbia.

Leia na íntegra

Os governos do Brasil, Colômbia e México felicitamos e expressamos nossa solidariedade com o povo venezuelano, que compareceu massivamente às urnas em 28 de julho para definir seu próprio futuro.

Acompanhamos com muita atenção o processo de escrutínio dos votos e fazemos um chamado às autoridades eleitorais da Venezuela para que avancem de forma expedita e divulguem publicamente os dados desagregados por mesa de votação.

As controvérsias sobre o processo eleitoral devem ser dirimidas pela via institucional. O princípio fundamental da soberania popular deve ser respeitado mediante a verificação imparcial dos resultados.

Nesse contexto, fazemos um chamado aos atores políticos e sociais a exercerem a máxima cautela e contenção em suas manifestações e eventos públicos, a fim de evitar uma escalada de episódios violentos.

Manter a paz social e proteger vidas humanas devem ser as preocupações prioritárias neste momento.

Que esta seja uma oportunidade para expressar, novamente, nosso absoluto respeito pela soberania da vontade do povo da Venezuela. Reiteramos nossa disposição para apoiar os esforços de diálogo e busca de acordos que beneficiem o povo venezuelano.