O Brasil importou mais de 8 mil toneladas de lixo em 2021. Esse lixo, proveniente dos EUA, da China e de outros países de primeiro mundo, chega ao país principalmente para abastecer a cadeia de reciclagem para a produção de garrafas PET, roupas e embalagens. Sim, os produtos que você compra com selo de reciclados podem ser feitos de lixo importado de outros países.
A situação piorou dramaticamente durante o governo Jair Bolsonaro, que zerou o imposto para a importação de dejetos sólidos. Exatamente isso: o ex-presidente permitiu que outros países enviassem seu lixo para o Brasil sem pagar nada ao Estado brasileiro.
Te podría interesar
Mas será que o Brasil não possui lixo suficiente para reciclagem? A realidade é que tem e muito. Apenas 4% do lixo no país é reciclado.
A falta de infraestrutura de coleta, separação e logística para a reciclagem faz com que boa parte desses dejetos não chegue aos centros de reciclagem. Fica mais barato comprar lixo dos outros do que pegar o material coletado por catadores.
Te podría interesar
A medida de Lula para frear o movimento
O governo Lula reverteu o imposto zerado para o lixo e implementou uma taxa de 18% para tentar frear a importação e aumentar os custos da logística de exportação de lixo.
"A medida tem como objetivo fortalecer a cadeia nacional de reciclagem de resíduos sólidos e minimizar impactos nocivos desses materiais ao meio ambiente brasileiro", explica o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) em nota.
"Esse aumento das importações de resíduos sólidos tem o potencial de afetar o preço de venda dos materiais recicláveis comercializados pelos catadores no Brasil, que acabam deixando a sua atividade. Com isso, além das consequências sociais indesejáveis, são verificados impactos negativos no meio ambiente pelo aumento do depósito de resíduos em aterros e lixões, prejudicando o trabalho desenvolvido para a recuperação dos materiais recicláveis e reutilizáveis gerados localmente", completa a nota.