De acordo com comunicado divulgado pelo WikiLeaks, Julian Assange está livre. Ele deixou a prisão de segurança máxima de Belmarsh na manhã desta segunda-feira (24), depois de ter passado 1.901 dias preso. Ele recebeu fiança do Supremo Tribunal de Londres e foi libertado no aeroporto de Stansted durante a tarde, onde embarcou em um avião e partiu do Reino Unido. O jornalista teria fechado um acordo com o governo dos EUA e se declarado culpado de uma das acusações.
A advogada e companheira de Julian Assange, Stella Assange, comemorou a libertação do jornalista nas redes sociais e agradeceu o apoio de todos. "Palavras não podem expressar nossa imensa gratidão a VOCÊS - sim, VOCÊS, que se mobilizaram durante anos e anos para tornar isso realidade. OBRIGADO. obrigado. OBRIGADO", escreveu Stella.
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Culpado?
As primeiras informações, para além daquelas divulgadas pelo WikiLeaks, indicam que Julian Assange concordou em se declarar culpado da acusação de obter e divulgar ilegalmente material de segurança nacional em troca de sua libertação da prisão britânica.
Assange, que está com 52 anos, deve comparecer perante um juiz federal em um dos postos avançados mais remotos do Judiciário, o tribunal de Saipan, capital das Ilhas Marianas do Norte. As Ilhas Marianas do Norte são uma comunidade dos Estados Unidos no meio do Oceano Pacífico e próximas da Austrália, terra natal de Assange, para onde ele deve voltar após a concretização do acordo.
Assange deve comparecer nesta quarta-feira (26), às 9h, em Saipan e voar de volta para a Austrália "na conclusão do processo", escreveu Matthew J. McKenzie, funcionário da divisão de contraterrorismo do departamento, em uma carta enviada ao juiz do caso. O documento em questão foi divulgado pelo New York Times.
O The New York Times afirma que o acordo era esperado nos bastidores do governo Biden. Segundo a publicação, o primeiro-ministro da Austrália, Anthony Albanese, sugeriu que os promotores dos EUA precisavam concluir o caso e o presidente Biden se mostrou aberto a uma solução rápida.
A partir do primeiro-ministro da Austrália, foi costurado um acordo com o alto escalão do Departamento de Justiça sem tempo adicional de prisão para Assange, considerando que os anos que Assange passou recluso na Embaixada do Equador e depois na prisão no Reino Unido já foram suficientes. Ou seja, sua pena foi considerada cumprida.
Ainda de acordo com o NYT, foram semanas de negociações para que Assange aceitasse se declarar culpado de uma das acusações - conspiração para divulgar informações da defesa nacional.