Um cidadão palestino, natural da Malásia, perseguido pelo governo sionista de Benjamin Netanyahu encontra-se apreendido, juntamente com a esposa grávida, o filho e a sogra, no escritório da Polícia Federal (PF) em Guarulhos neste sábado (22) e pode ser extraditado.
À Fórum, o presidente do Instituto Brasil-Palestina (Ibraspal), Ahmad Shehada, afirmou que Muslim M. A. Abuumar Rajaa é professor universitário e diretor do Centro de Pesquisa e Diálogo da Ásia, Oriente Médio, com sede em Kuala Lumpur, e tem um irmão que mora no Brasil, a quem já teria visitado outras vezes.
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Ativista contra o genocídio sionista na Faixa de Gaza, Rajaa estaria sendo perseguido pela Mossad, o serviço secreto de Israel, que acionou a Polícia Federal (PF) para impedir que o professor entrasse no Brasil.
"No aeroporto, a Polícia Federal estava esperando ele e chamou pelo nome. Eles tinham informação por um serviço estrangeiro, que podemos imaginar qual, sobre essa pessoa", conta Shehada.
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Segundo ele, Rajaa esteve no Brasil no ano passado para visitar o irmão, mas só foi barrado pela PF agora após a perseguição desencadeada pelo governo sionista de Netanyahu aos ativistas da causa palestina pelo mundo.
"No interrogatório, a PF perguntou se ele apoia e faz parte da resistência palestina. E o que isso significa para o Brasil, qual o perigo para o Brasil se ele apoia a resistência palestina? Nada. Isso é cooperação com a Mossad", diz.
Shehada fez referência à falsa comunicação pela Mossad sobre atentados e recrutamento de "terroristas" no Brasil, que resultou na operação Trapiche, desencadeada no ano passado no Brasil e gerou um incidente diplomático com o governo israelense. Na ocasião, a PF prendeu dois brasileiros que, segundo a Mossad, fariam parte do grupo libanês Hezbollah, que apoia a causa palestina.
Dias depois, o embaixador de Israel no Brasil, Daniel Zonshine deu a entender que o grupo Hezbollah, baseado no Líbano, teria integrantes se infiltrando no Brasil “porque aqui há quem os ajude”.
"Mostraram para ele um site israelense dizendo que ele faz parte do Hamas. Essa é a única acusação, sem nenhuma explicação, e ele foi mandado para a delegacia no aeroporto de Guarulhos com ordem para deportá-lo", explica o presidente da Ibraspal.
A Fórum teve acesso a dois ofícios enviados pelo deputado João Daniel ao ministros Ricardo Lewandowski (Justiça) e Mauro Vieira (Relações Exteriores) pedindo informações sobre "a real situação do senhor Muslim e sua família, garantindo sua segurança e integridade".
"Vale ressaltar que a família do senhor Muslim, composta pela sogra, o filho e a esposa, é natural da Malásia. O próprio Muslim reside naquele país e possui vínculo com uma instituição, não havendo qualquer informação prévia de relação com qualquer ato terrorista", diz o documento, que aponta "uma afronta aos Direitos Humanos".
A Fórum entrou em contato com o advogado de Muslim no Brasil, que diz que está "correndo contra o tempo" para evitar que o professor universitário seja extraditado num vôo que parte ainda na noite deste sábado para a Malásia.