ARGENTINA

Escândalo: Milei ofereceu cargo com salário de R$ 80 mil em troca de voto no Senado

Meios argentinos denunciam cessão de cargo com salário anual milionário por voto para aprovar lei

Milei e Victoria Villaruel, sua vice, compram votos de senadores para aprovar primeira lei depois de seis mesesCréditos: Reprodução/Redes sociais
Escrito en GLOBAL el

Uma denúncia do jornal Página12, um dos principais veículos argentinos, revelou que o governo Javier Milei ofereceu, por via de sua vice-presidenta Victoria Villaruel, o cargo de embaixadora da Argentina na UNESCO para a senadora Lucila Crexell em troca de um voto positivo na chamada Ley Bases.

O posto tem salário mensal de US$ 15 mil (cerca de R$ 80 mil na cotação atual), ou R$ 960 mil por ano. Um vencimento milionário em moeda forte em meio à inflação argentina? Parece um bom negócio.

Segundo o Página12, Lucila impôs a nomeação como condição para votar a favor do projeto megalomaníaco de Milei que enfrenta forte oposição no Senado. Segundo o diário oficial da Casa Rosada, a indicação já está oficializada.

O governo de Javier Milei negou as acusações, e afirmou que a senadora da pequena região de Neuquen foi escolhida para o cargo por sua competência.

O problema da Ley Bases

Milei não tem articulação política e deve ficar sem governabilidade até as próximas eleições

Após mais de seis meses de governo, Javier Milei não conseguiu aprovar nenhuma legislação, incluindo a sua famosa Ley Bases, apelidada carinhosamente de Ley Bases.

Após o projeto ser completamente desidratado na Câmara e negado no Senado no início do ano. A versão original da lei tinha 664 artigos.

Após a rejeição em fevereiro, Milei teve que reduzir o projeto para 232 artigos para conseguir a aprovação na Câmara dos Deputados.

Agora, é hora de negociar com os senadores. E o salário milionário da UNESCO é um jeito de tentar convencer uma pequena senadora a te apoiar.

O peronismo de esquerda domina a casa e fará uma forte oposição. Villaruel sofre para negociar e terá de conceder cargos, adotando a política conciliadora que sempre negou em seu governo.

Organizações sociais, de esquerda e sindicatos se opõem à lei e anunciaram protestos nas ruas contra a mesma. Isso gera pressão e dificuldades adicionais para sua aprovação definitiva.

Reporte Error
Comunicar erro Encontrou um erro na matéria? Ajude-nos a melhorar