A crise climática não dá trégua. Além de enchentes em países como Brasil, Quênia e Afeganistão, agora há milhares de pessoas sendo evacuadas no Canadá com a aproximação de um intenso incêndio florestal na Colúmbia Britânica.
O serviço de combate a incêndios florestais da província localizada na costa oeste do Canadá informou que o incêndio está queimando a 2km da cidade de Fort Nelson e encoraja as pessoas que ainda estão no local a saírem. Mais de 4.700 pessoas já foram evacuadas de lá após uma ordem de evacuação emitida na última sexta-feira (10).
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O intenso incêndio florestal poderá atingir uma cidade no oeste do Canadá nesta segunda-feira (13), baseado nas previsões de ventos fortes que têm alimentado a chama fora de controle, o que já forçou a evacuação de milhares de pessoas.
O comportamento extremo do fogo é agravado por anos de seca e uma camada de neve abaixo do normal no último inverno e poderia acabar ameaçando as equipes que têm combatido o incêndio florestal próximo ao Lago Parker.
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Fort Nelson está localizado no canto nordeste extremo da Colúmbia Britânica, cerca de 1.600 km da cidade de Vancouver. Fort Nelson e a Reserva Indígena de Fort Nelson têm uma população combinada de cerca de 3.400 pessoas.
O incêndio florestal que ameaça Fort Nelson continua a crescer, com a atualização mais recente no final da noite de domingo indicando que havia aumentado para quase 53 km².
Mais incêndios pelo Canadá
O incêndio na Colúmbia Britânica é um dos vários incêndios florestais fora de controle no oeste do Canadá que ameaçam comunidades próximas em províncias como Alberta e Manitoba.
Incêndios também estão queimando perto de Fort McMurray e Grande Prairie, em Alberta, enquanto autoridades em Manitoba evacuaram cerca de 500 pessoas da comunidade de Cranberry Portage, a cerca de 700 km a noroeste de Winnipeg.
A municipalidade regional de Wood Buffalo, no nordeste de Alberta, manteve um alerta para os residentes de Fort McMurray estarem prontos para evacuar a qualquer momento, já que o fogo localizado a cerca de 16 km ao sudoeste atingiu 55 km² em tamanho.
A fumaça dos incêndios provocou alertas de qualidade do ar que se estendem de BC a Manitoba.
Apesar dos avisos para as pessoas em Fort McMurray estarem prontas para fugir a qualquer momento, as escolas ainda estavam abertas nesta segunda-feira.
Tanto as divisões escolares públicas quanto as católicas em Fort McMurray disseram que continuavam monitorando a situação e que entendiam que alguns pais poderiam não querer enviar seus filhos para a escola agora.
Ambas as divisões escolares disseram que os testes de desempenho provincial programados para esta semana estavam sendo adiados.
Colúmbia Britânica
A província é a terceira maior do país em área e a terceira mais populosa. É conhecida por sua diversidade geográfica, que inclui montanhas, florestas, vales e litorais espetaculares.
A capital da Colúmbia Britânica é Victoria, situada na Ilha de Vancouver, enquanto Vancouver, a maior cidade da província, é um importante centro urbano e portuário, conhecido por seu cenário cultural vibrante e por ser um polo de comércio e turismo.
A província é também um hub significativo para a indústria de cinema e televisão, frequentemente referida como "Hollywood do Norte".
Além disso, a Colúmbia Britânica é conhecida por suas práticas de proteção ambiental e um forte compromisso com o desenvolvimento sustentável, refletido em sua economia diversificada que inclui setores como tecnologia, turismo e recursos naturais, especialmente madeira e mineração.
Incêndios e crise climática
Em 2023, o Canadá testemunhou um número recorde de incêndios florestais que também causaram fumaça sufocante em partes dos EUA e forçaram mais de 250 mil canadenses a evacuarem suas comunidades. Não houve vítimas civis, mas pelo menos quatro bombeiros morreram enquanto combatiam as chamas.
A crise climática tem uma relação direta e intensificadora com esses incêndios florestais no Canadá, assim como em outras partes do mundo. Essa conexão decorre de várias maneiras:
- Temperaturas mais altas: O aquecimento global tem levado a temperaturas mais altas, o que desencadeia períodos mais longos e intensos de tempo seco. Essas condições aumentam a probabilidade de incêndios florestais, pois a vegetação seca serve como combustível para o fogo.
- Mudanças nos padrões de precipitação: A crise climática também altera os padrões de precipitação, resultando em chuvas irregulares ou insuficientes em algumas áreas. Isso pode levar a secas prolongadas, que deixam as florestas mais susceptíveis a incêndios extensos e de difícil controle.
- Acúmulo de combustível: Em algumas regiões, as mudanças climáticas têm contribuído para um crescimento mais rápido e denso de vegetação. Sem manejo adequado, esse excesso de vegetação pode acumular e servir como um grande reservatório de combustível para incêndios.
- Temporada de incêndios mais longa: Historicamente, a temporada de incêndios era mais limitada a certos meses do ano, mas com o aumento das temperaturas globais, essa temporada tem se estendido. Isso não só aumenta a chance de ocorrência de incêndios como também estende o período em que eles podem acontecer.
- Condições extremas de vento e clima: A crise climática pode intensificar fenômenos climáticos extremos, incluindo ventos fortes que podem espalhar rapidamente as chamas, tornando os incêndios mais rápidos, maiores e mais perigosos.
Em razão desses fatores, os incêndios florestais no Canadá têm se tornado mais frequentes, mais intensos e mais desafiadores para controlar, refletindo uma tendência preocupante que é observada em várias regiões propensas a incêndios em todo o mundo. Essas condições exigem uma adaptação nas estratégias de manejo de florestas e respostas a incêndios, além de ações mais amplas para combater as causas subjacentes da crise climática.