Na última quarta-feira (17), José Sánchez, prefeito da cidade equatoriana de Camilo Ponce Enríquez, na região de Azuay, foi assassinado, tornando-se o segundo prefeito equatoriano assassinado este ano.
Sánchez estava fazendo exercícios à noite com sua equipe de segurança quando um grupo de pistoleiros o atacou.
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"Entre soluços e impotência, funcionários municipais acabaram de me confirmar o assassinato a sangue-frio do colega prefeito do cantão Camilo Ponce Enríquez", escreveu o prefeito de Azuay, Jota Lloret Valdivieso, nas redes sociais, exigindo que as autoridades encontrem os responsáveis pelo crime.
Vale ressaltar que, nas eleições do ano passado, Fernando Villavicencio, candidato à presidência, foi assassinado por membros da facção Los Lobos. No início deste ano, o país entrou em estado de sítio para combater a violência nas ruas.
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O resultado da crise de insegurança que assola o país culminou na eleição de Daniel Noboa, no ano passado, um candidato de extrema direita que se alinha com o discurso do salvadorenho Nayib Bukele: encarceramento em massa e violência policial.
O referendo de Noboa
O problema é que Noboa precisa de apoio congressual para passar suas reformas autoritárias e, no momento, ele não conta com nenhum apoio do parlamento. Para conseguir implementar seu plano, os equatorianos irão às urnas para aprovar ou rejeitar um referendo de 11 pontos, com reformas que centralizam o poder no executivo e reduzem o direito à defesa no país.
A votação ocorrerá no domingo, 21 de abril.
A ideia de Noboa é encarcerar em massa a população jovem adulta das periferias equatorianas, a fim de "conter as gangues", assim como fez Bukele em El Salvador, e como Javier Milei planeja fazer na Argentina.
No ano passado, o ex-presidente Guillermo Lasso, também de direita, tentou uma medida semelhante, mas fracassou nos referendos, o que levou à sua renúncia e, consequentemente, à eleição de Noboa.