O Gabinete de Guerra do primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, decidiu ao final da tarde desta segunda-feira (15) que atacará o Irã como resposta à chuva de drones e mísseis disparada pela nação islâmica no fim de semana, desencadeada após seu complexo diplomático em Damasco, na Síria, ter sido devastado por um bombardeio lançado pelo Estado Judeu em 1° de abril, no qual três generais das Forças Quds, a tropa de elite da Guarda Revolucionária, morreram.
De acordo com a emissora Keshet 12, com sede em Telavive, a decisão do Gabinete de Guerra comandando por Netanyahu já teria sido comunicada ao presidente dos EUA, Joe Biden, e o ataque “ocorreria nas próximas horas”, indicando que a ação seria iniciada ainda na noite desta segunda, ou na madrugada de terça-feira (16). As informações do Keshet, repercutidas pelo jornal Times of Israel, indicariam ainda que a intenção do governo israelense não é desencadear uma “guerra generalizada”, o que descartaria, portanto, uma operação militar visando instalações do programa nuclear, instalações muito sensíveis ou grandes cidades iranianas, já que para isso Telavive precisaria do aval e de financiamento de Washington.
Ainda segundo a Keshet 12, uma medida “dolorosa” teria sido discutida pelo gabinete, especialmente por pressão dos integrantes de extrema direita do governo Netanyahu, mas o que foi ponderado é que o país não poderia arriscar uma escalada na região. Diante disso, avalia um relatório obtido pelo diário norte-americano Wall Street Journal, a intenção seria atacar possivelmente “instalações do Irã na região, pessoal ligado às suas forças armadas ou ao programa nuclear, ou ainda algo relacionado à infraestrutura petrolífera” da república islâmica, ainda que tudo dependa de uma complexa avaliação de riscos.
Numa reunião mais cedo, nesta segunda, o secretário de Estado norte-americano Anthony Blinken falou como o vice-primeiro-ministro do Iraque, Mohammed Ali Tamim, e garantiu que a intenção da Casa Branca não é acirrar ainda mais os ânimos, mas que isso não fará com que os EUA deixem de apoiar Israel qualquer que seja sua decisão. “Não pretendemos uma escalada, mas continuaremos a apoiar a defesa de Israel e a proteger o nosso pessoal na região”, afirmou Blinken.