Israel já gastou o equivalente a R$ 10 bilhões só em munição nos 155 dias de ataque a Gaza, de acordo com cálculo feito pelo diário israelense Haaretz.
Neste sábado, 9, as Forças de Defesa [IDF] quase demoliram um prédio residencial símbolo de Rafah, no sul do território palestino.
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Os bombardeios indiscriminados contra mesquitas, escolas, postos de saúde, hospitais e áreas residenciais deixaram cerca de 500 mil palestinos sob o risco de morrer de fome, de acordo com postagem feita no X pela Agência das Nações Unidas para Refugiados Palestinos [UNRWA].
O Hamas endureceu os termos de negociação com Tel Aviv e não existe acordo à vista para um cessar-fogo.
Apesar de enfraquecido em Gaza, o Hamas exige a retirada das tropas de Israel do território como condição para soltar os reféns que tomou em 7 de Outubro e que sobreviveram aos bombardeios.
Ao mesmo tempo, convocou os moradores da Cisjordânia a lançar ataques contra tropas israelenses, o que vem acontecendo com frequência nos últimos dias.
O Hamas também sugeriu a palestinos que vivem em Israel que se dirijam em massa à mesquita de Al Aqsa neste domingo, 10, que marca o início do mês sagrado do Ramadã.
O governo de extrema-direita de Benjamin Netanyahu recuou da ideia de limitar o acesso à mesquita, proposta do ministro Itamar Ben Gvir, da Segurança Nacional.
Israel sugeriu que, se não houvesse acordo com o Hamas até o Ramadã, faria o ataque terrestre a Rafah, cidade que concentra milhares de refugiados palestinos.
UMA GUERRA DOS EUA
O artigo do Haaretz que calculou em U$ 2 bi os gastos de Israel apenas com munição notou:
Os Estados Unidos financiam em grande parte a guerra de Gaza. Isso não é filantropia. O dinheiro que Israel recebe flui para a indústria de armamentos estadunidense e permite que ela prospere.
O presidente Joe Biden agora usa a guerra como pano de fundo para sua campanha à reeleição nos Estados Unidos.
Ele anunciou a construção de um porto em Gaza através do qual ajuda humanitária fluiria de Chipre. A ação, com o apoio da União Europeia, exigirá o envolvimento direto de mil miltares estadunidenses em Gaza.
Com a ação, Biden espera recuperar o apoio de jovens eleitores democratas, sem os quais corre o risco de perder a eleição para o republicano Donald Trump.
O autor Norman Finkelstein, crítico do sionismo, denunciou as ações de Washington e da UE:
O presidente Biden transformou o genocídio de Gaza em uma oportunidade eleitoral para si mesmo. Ursula von der Leyen, Frau Genocídio, ou como prefiro chamá-la, a Princesa Nazista, está tentando limpar seu nome. Ela é uma criminosa de guerra genuína.
O artigo do Haaretz que levantou os custos da guerra sustenta que é um conflito "do desperdício", uma vez que Israel despeja bombas em Gaza num ritmo nunca visto em conflitos recentes, usando inclusive inteligência artificial para definir alvos.
De acordo com o texto, os Estados Unidos tratam de garantir que não falte munição às IDF -- pelo menos até agora --, depois de terem transferido 300 mil peças de artilharia de Israel para a Ucrânia.