Nesta quinta-feira (7), o presidente dos EUA Joe Biden foi ao Capitólio do país para realizar o seu discurso de Estado da União. Anualmente, o chefe da Casa Branca vai ao parlamento para definir os principais pontos de sua agenda política em um discurso que ganha atenção da classe política e de todo o país.
O estado da União é um discurso histórico, e possui uma longa tradição dentro da política americana. Usualmente, ele serve de termômetro para analisar o governo e dar os principais tons da agenda anual.
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Os discursos de estado da união de quarto ano de mandato são considerados os mais importantes pois definem qual é a agenda do governo para a reeleição. E é isso que Biden busca.
O que Biden disse
Os cinco pontos principais do discurso de Joe Biden sobre o Estado da União foram:
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1. Recuperação econômica: Biden destacou as conquistas econômicas de sua administração, enfatizando a criação de 15 milhões de empregos nos últimos três anos e a recuperação da economia dos EUA após a pandemia de COVID-19 e taxação dos mais ricos dos EUA.
2. Ajuda humanitária para Gaza: O presidente anunciou planos para construir um píer temporário na Faixa de Gaza para facilitar a entrega de ajuda humanitária, visando mitigar a crise humanitária na região.
3. Apoio a Israel: Enquanto buscava ampliar a ajuda para Gaza, Biden reiterou seu apoio a Israel, enfatizando que sua relação com o país é "inabalável" e que seguirá enviando armas para o país.
4. Responsabilidade e justiça após o ataque ao Capitólio: Biden comprometeu-se a não ignorar o ataque ao Capitólio liderado pelos apoiadores de Trump em janeiro de 2021, defendendo a investigação e a responsabilização dos envolvidos.
5. Defesa dos direitos reprodutivos: Biden prometeu defender o acesso ao aborto nos EUA, destacando a importância de eleger um Congresso que apoie o direito de escolha e prometendo restaurar a decisão Roe v. Wade como lei nacional.
Tentando agradar todos ao mesmo tempo
Joe Biden recebeu milhões de dólares do sionismo durante suas quatro décadas como senador e seu partido recebe financiamento do sionismo até os dias de hoje. Biden sempre foi um apoiador de Israel e não vai deixar de ser tão cedo.
Mas ele tem sofrido com grande rejeição entre os mais jovens por conta do apoio quase irrestrito ao genocídio israelense em Gaza, o que faz com que a sua popularidade e capacidade de engajamento na eleição diminua.
Seu discurso é um reflexo dessa crise: é preciso acenar a este público através da lei do aborto e da ajuda humanitária para Gaza, mas é preciso também manter o apoio militar a Israel e Ucrânia.
É preciso manter a economia capitalista aquecida, mas é preciso taxar os mais ricos para equilibrar um país com as contas públicas completamente desordenadas.
É preciso de responsabilidade e Justiça contra as pessoas que invadiram o Capitólio, mas ao mesmo tempo deve-se confiar na institucionalidade para puní-los. O problema é que o líder do bando já ganhou as primárias e será o adversário de Biden em novembro. É Trump, que lidera as pesquisas.