EM DISPUTA

Rússia liga ataque terrorista a "nacionalistas ucranianos"

Novas prisões são feitas, agora no Tajiquistão

Esconderijo.Moscou sustenta que militantes do Estado Islâmico procuraram refúgio na Ucrânia depois de serem expulsos do Iraque e da Síria; os homens apresentados em um tribunal de Moscou exibiam sinais de espancamento.Créditos: Russia Today
Escrito en GLOBAL el

O governo russo insiste na tese de que o atentado a um shopping center nas redondezas de Moscou, que matou 144 pessoas e foi assumido pelo Estado Islâmico passou pela Ucrânia.

Segundo um comitê investigativo da Rússia, os autores do massacre de civis receberam "quantias significativas" de dinheiro de nacionalistas ucranianos, em criptomoedas.

Um dos objetivos de Moscou na guerra contra a Ucrânia é eliminar milícias neofascistas do país, como o batalhão Azov.

Desde que o ataque aconteceu, na sexta-feira 22, os governos da Ucrânia e dos Estados Unidos disseram que Kiev não tinha qualquer relação com o atentado.

Porta-vozes do Kremlin estranharam uma conclusão tão antecipada.

O Estado Islâmico divulgou fotos dos homens que participaram do ataque, supostamente tiradas antes da ação.

Os atiradores chegaram a um auditório lotado atirando indiscriminadamente.

ENVOLVIMENTO DO OCIDENTE

O chefe do serviço de inteligência russo, Aleksandr Bortnikov, disse que os terroristas seriam recebidos como heróis na Ucrânia, para onde se dirigiam quando foram presos.

Sugeriu a participação no atentado dos Estados Unidos, Reino Unido e Ucrânia.

A investigação levou à prisão de nove homens na capital do Tajiquistão, suspeitos de participar da trama.

Eles teriam sido recrutados pelo ISIS-K, um grupo do Estado Islâmico baseado no Afeganistão.

A Rússia foi uma das principais responsáveis por desmantelar o Estado Islâmico na Síria, em defesa do governo de Bashar Al-Assad.

O EI teria, portanto, motivo para praticar o atentado.

Apesar disso, Moscou sugere que o grupo teria sido manipulado pelo Ocidente para provocar terror em território russo.

Curiosamente, todos os ataques mais recentes assumidos pelo Estado Islâmico pouparam os Estados Unidos.

O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, disse que o atentado demonstra o fracasso dos serviços de inteligência de Moscou, que estão voltados para a guerra contra Kiev.