TERROR NA RÚSSIA

Ex-presidente ameaça matar Zelensky se envolvimento da Ucrânia for confirmado

Ainda há incerteza sobre origem do ataque nas cercanias de Moscou

Em chamas.Foto do teatro nas proximidades de Moscou e explosão na hidrelétrica da Ucrânia.Créditos: Reprodução de vídeos
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O Crocus City Hall, alvo de um ataque nas cercanias Moscou, é de propriedade de um bilionário nascido no Azerbaijão. 

O atentado foi condenado pelos Estados Unidos.

O incidente está sendo investigado como ataque terrorista, mas autoridades russas ainda não ligaram o episódio à guerra na Ucrânia.

Isso porque, no ano passado, o Azerbaijão conquistou  a região de Nagorno-Karabakh, derrotando a Armênia em um disputa territorial em que contou com o apoio da Turquia.

Os armênios alegam que foram abandonados por Moscou e, por conta disso, estreitaram laços militares com a França.

De acordo com blogueiros militares russos, há indícios de envolvimento ucraniano: uma van com placas da Ucrânia teria sido encontrada em um estacionamento e Samuel Hidenko, suspeito de ser oficial da Diretorial Principal de Inteligência [HUR] ucraniana, teria sido detido.

As informações carecem de confirmação oficial.

Um porta-voz do governo ucraniano negou envolvimento de Kiev no ataque.

O ex-presidente russo Dmitri Medvedev, agora vice-presidente do Conselho de Segurança Nacional, disse que se for confirmado o envolvimento de Kiev a represália atingirá líderes ucranianos:

Se for determinado que estes eram terroristas do regime de Kiev, todos devem ser encontrados e destruídos impiedosamente, inclusive as autoridades do país por trás deste ato maligno.

Imagens que circulam nas redes sociais, especialmente no Telegram, mostram centenas de pessoas fugindo desesperadas de um concerto na noite de sexta-feira. 

Vídeos também registram intenso tiroteio dentro do local e o fogo tomando conta do topo do prédio, que abriga um auditório, uma sala de concerto e um teatro com capacidade somada de mais de 25 mil lugares.

O prefeito de Moscou cancelou todos os eventos públicos na cidade.

HORAS DEPOIS DE INTENSO BOMBARDEIO

O ataque aconteceu horas depois da Rússia realizar um dos mais intensos bombardeios contra a Ucrânia desde que a guerra escalou, há mais de dois anos, com o que Moscou chamava de "operação militar especial".

Nas últimas horas, um porta-voz do governo mudou a terminologia para falar em "guerra" contra o Ocidente.

Os bombardeios russos atingiram toda a infraestrutura da Ucrânia, causando blecaute no setor elétrico em várias cidades.

Uma das imagens mais impressionantes é de um míssil que escapou à defesa anti-aérea da Ucrânia e acertou a hidrelétrica de Dnipro, que deixou de funcionar.

A hidrelétrica atacada é uma das principais fontes de energia da Ucrânia.

A barragem não corre o risco de romper.

Em geral, ataques do gênero precedem ofensivas militares de grande porte.

Até o final deste ano, a Rússia pretende criar mais dois exércitos, com 14 divisões, arregimentando cerca de 500 mil soldados.

Além disso, Moscou passou a produzir em massa a bomba conhecida como FAB-1500, que pode ser disparada por um caça a 70 quilômetros do alvo, abre asas e voa guiada por um satélite.

Ela carrega cerca de 700 quilos de explosivos.

Depois da conquista de Avdiivka, nas redondezas de Donetsk, tropas russas fazem avanços -- ainda que modestos -- em vários pontos da frente de 900 quilômetros.

De acordo com um parlamentar russo, o objetivo agora é conquistar as cidades de Odessa, Dnipro e Kharkiv, todas bombardeadas nas últimas horas, fazendo avançar a frente em dezenas de quilômetros.

Odessa é o principal porto controlado pela Ucrânia no mar Negro e ponto de onde Kiev lança ataques à Crimeia e à frota da Rússia.