Depois das entrevistas do presidente Emmanuel Macron prometendo que o apoio da França à Ucrânia na guerra contra a Rússia não terá limites a extrema-direita trouxe de volta às redes sociais os rumores de que ele é casado com uma transsexual.
Os rumores estão sendo disseminados em várias redes sociais, mas especialmente no X, por perfis associados à Rússia ou à extrema-direita europeia.
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Em 2022, a primeira dama Brigitte levou duas mulheres ao tribunal por espalharem o boato no You Tube, num caso em que contou com o apoio dos três filhos.
Brigitte venceu, mas as fake news não morreram.
Depois que Elon Musk, extremista de direita, comprou o X, afrouxou as regras que limitavam fake news na plataforma.
O X é hoje um veículo importante para a disseminação de teorias de conspiração sobre as vacinas, por exemplo.
De acordo com a notícia falsa, Brigitte na verdade teria nascido como Jean Michel Trogneaux e trocado de sexo antes de se casar com Macron.
A nova onda de ataques contra o presidente francês vem acompanhada de imagens em que ele aparece mais jovem usando vestido e maquiagem em festas.
O ex-presidente da Rússia, Dmitry Medvedev, disse recentemente que Macron é um "covarde zoológico" e afirmou que, caso ele de fato visitasse a Ucrânia, deveria levar várias mudas de roupas.
Os assessores de Macron devem colocar na mala várias mudas de roupa e preparar para um odor forte.
A homofobia é uma característica marcante de alguns políticos russos, que se vangloriam do vigor físico do presidente Vladimir Putin.
As fake news tiram proveito de que o romance de Macron e Brigitte começou fora dos padrões "aceitáveis" pelos conservadores.
Brigitte era mãe de três filhos e professora de Macron quando o relacionamento teve início -- ele com 15 anos de idade, ela com 39.
Por isso, ela também é acusada de pedofilia.
MARINE LE PEN EM ALTA
Os rumores falsos sobre Brigitte Macron tiveram início em perfis franceses de extrema-direita.
Muitos são de apoiadores de Marine Le Pen, derrotada por Macron nas mais recentes eleições presidenciais.
Uma pesquisa que vazou mostra que o partido dela seria favorito para fazer maioria no Parlamento, se novas eleições acontecessem agora.
De acordo com a pesquisa, o partido de Marine, que mudou de nome para Rally Nacional, faria no mínimo 243 deputados, com o partido de Macron, o Renascimento, ficando com 135 cadeiras, a esquerda com 68 e os Republicanos com 53.
Eleições para o Parlamento Europeu estão previstas para junho, com a expectativa de que Le Pen terá a maior bancada francesa.
Ela pretende disputar as eleições presidenciais de 2027, quando termina o mandato de Macron.
Marine Le Pen deu várias guinadas para tornar seu partido aceitável. Depois de expulsar o próprio pai e mudar o nome do partido, chegou a ensaiar participação numa marcha contra o antissemitismo em Paris, mas foi rejeitada.
Partidos de extrema-direita na Europa tem abandonado seu tradicional antissemitismo para abraçar a islamofobia, que rende votos dos eleitores que são contra a imigração, pois é focada em imigrantes pobres e de pele escura.
Ironicamente, a maior fonte de imigrantes neste momento dentro da Europa é a Ucrânia.