UCRÂNIA

Tropas russas avançam, levando França a cogitar envio de soldados

Parlamentar russo pede a franceses que se lembrem de Napoleão

Na defensiva.Tropas da Ucrânia disparam míssil contra o avanço russo.Créditos: Ministério da Defesa da Ucrânia
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Depois de conquistar a estratégica cidade de Avdiivka, perto de Donetsk, a maior cidade sob controle russo na Ucrânia, tropas de Moscou avançaram em vários pontos da frente de cerca de 900 quilômetros, acendendo um alerta sobre o futuro do presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, que aprovou uma lei proibindo negociações com a Rússia.

Tirando proveito da superioridade aérea e de infantaria, soldados russos conquistaram vários vilarejos nas últimas horas.

A Ucrânia bateu em retirada de Lastochkyne, Stepove e Sieverne, supostamente em busca de melhor posição defensiva na região de Avdiivka.

Nas últimas horas, os russos conquistaram Robotyne, de acordo com imagens geolocalizadas divulgadas nas redes sociais.

A Transnístria tem uma localização geográfica chave para Moscou.

AMPLIAÇÃO DO CONFLITO

Na quarta-feira, 28, o congresso de lideranças da Transnístria, região separatista da Moldávia, fez um pedido explícito a Moscou por "proteção" aos 220 mil cidadãos russos do território.

Não houve reação imediata do governo de Vladimir Putin.

Pela sua posição geográfica, a Transnístria poderia desempenhar papel-chave em eventual ataque da Rússia contra Odessa, o maior porto sob controle da Ucrânia no Mar Negro.

A Moldávia é candidata a entrar na União Europeia.

Em entrevista recente, o ex-presidente russo Dmitry Medvedev, agora vice-presidente do Conselho de Segurança Nacional, reafirmou os objetivos do que a Rússia chama de "operação militar especial", que incluem a "desnazificação" da Ucrânia.

Isso exigiria a ocupação de Kiev, que Medvedev definiu como uma cidade russa, com a consequente derrubada de Zelensky.

A fala pode ser apenas parte de uma estratégia de Moscou para retomar negociações.

Num alerta à Rússia, a ministra Relações Exteriores da França, Stéphane Sejourne, voltou a cogitar a possibilidade de a OTAN colocar tropas na Ucrânia para funções auxiliares, como retirada de minas, produção de armas e operações cibernéticas.

A Estônia e a Lituânia, que integram a OTAN, sustentam que essa opção deve ser considerada.

Vladimir Putin respondeu em discurso:

Eles anunciaram a possibilidade de enviar contingentes militares ocidentais para a Ucrânia. As consequências para possíveis intervencionistas serão muito mais trágicas. Deveriam eventualmente perceber que também temos armas que podem atingir alvos no seu território. Tudo o que o Ocidente inventa cria a ameaça real de um conflito com o uso de armas nucleares e, portanto, de destruição da civilização.

Em declarações anteriores, o presidente francês Emmanuel Macron não descartou intervenção direta da OTAN no conflito.

O porta-voz do Parlamento russo, Vyacheslav Volodin, respondeu:

Antes de fazer tais declarações, Macron faria bem em lembrar como tudo terminou para Napoleão e seus soldados, dos quais mais de 600 mil ficaram caídos na terra úmida da Rússia.