Depois de conquistar a estratégica cidade de Avdiivka, perto de Donetsk, a maior cidade sob controle russo na Ucrânia, tropas de Moscou avançaram em vários pontos da frente de cerca de 900 quilômetros, acendendo um alerta sobre o futuro do presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, que aprovou uma lei proibindo negociações com a Rússia.
Tirando proveito da superioridade aérea e de infantaria, soldados russos conquistaram vários vilarejos nas últimas horas.
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A Ucrânia bateu em retirada de Lastochkyne, Stepove e Sieverne, supostamente em busca de melhor posição defensiva na região de Avdiivka.
Nas últimas horas, os russos conquistaram Robotyne, de acordo com imagens geolocalizadas divulgadas nas redes sociais.
AMPLIAÇÃO DO CONFLITO
Na quarta-feira, 28, o congresso de lideranças da Transnístria, região separatista da Moldávia, fez um pedido explícito a Moscou por "proteção" aos 220 mil cidadãos russos do território.
Não houve reação imediata do governo de Vladimir Putin.
Pela sua posição geográfica, a Transnístria poderia desempenhar papel-chave em eventual ataque da Rússia contra Odessa, o maior porto sob controle da Ucrânia no Mar Negro.
A Moldávia é candidata a entrar na União Europeia.
Em entrevista recente, o ex-presidente russo Dmitry Medvedev, agora vice-presidente do Conselho de Segurança Nacional, reafirmou os objetivos do que a Rússia chama de "operação militar especial", que incluem a "desnazificação" da Ucrânia.
Isso exigiria a ocupação de Kiev, que Medvedev definiu como uma cidade russa, com a consequente derrubada de Zelensky.
A fala pode ser apenas parte de uma estratégia de Moscou para retomar negociações.
Num alerta à Rússia, a ministra Relações Exteriores da França, Stéphane Sejourne, voltou a cogitar a possibilidade de a OTAN colocar tropas na Ucrânia para funções auxiliares, como retirada de minas, produção de armas e operações cibernéticas.
A Estônia e a Lituânia, que integram a OTAN, sustentam que essa opção deve ser considerada.
Vladimir Putin respondeu em discurso:
Eles anunciaram a possibilidade de enviar contingentes militares ocidentais para a Ucrânia. As consequências para possíveis intervencionistas serão muito mais trágicas. Deveriam eventualmente perceber que também temos armas que podem atingir alvos no seu território. Tudo o que o Ocidente inventa cria a ameaça real de um conflito com o uso de armas nucleares e, portanto, de destruição da civilização.
Em declarações anteriores, o presidente francês Emmanuel Macron não descartou intervenção direta da OTAN no conflito.
O porta-voz do Parlamento russo, Vyacheslav Volodin, respondeu:
Antes de fazer tais declarações, Macron faria bem em lembrar como tudo terminou para Napoleão e seus soldados, dos quais mais de 600 mil ficaram caídos na terra úmida da Rússia.