No último domingo (29/12), um grave acidente aéreo ocorrido na Coreia do Sul deixou 179 pessoas mortas (175 passageiros e seis membros da tripulação) entre as 181 a bordo de uma aeronave Boeing 737-800, operada pela companhia Jeju Air, que explodiu no Aeroporto Internacional de Muan após ter supostamente colidido com pássaros.
As caixas-pretas da aeronave já foram recuperadas pelas equipes de investigação, informou o vice-ministro dos Transportes sul-coreano, Joo Jong-Wang, em uma coletiva de imprensa.
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Com as investigações da caixas-pretas, dispositivos que armazenam informações técnicas do voo, é possível ter acesso aos últimos momentos da aeronave, como o diálogo entre a tripulação (a partir do gravador de voz CVR, localizado no cockpit do avião) e outros dados técnicos do voo — a posição dos controles, o desempenho dos motores, alarmes e sons do motor.
De acordo com as autoridades, o piloto do voo teria avisado à torre de controle sobre uma possível colisão com aves, e então emitido uma mensagem emergencial de alerta momentos antes da explosão, quando o avião se chocou com um muro adiante da pista ao tentar aterrissar. "Mayday", disse ele, o sinal de emergência usado para solicitar assistência imediata.
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De acordo com um oficial do corpo de bombeiros da cidade em que ocorreu o acidente, Lee Jeong-hyun, foi a colisão com os pássaros, bem como as "condições climáticas adversas", os fatores que provocaram o acidente, embora as causas só possam ser determinadas após a investigação técnica e a revisão das caixas-pretas.
Conforme noticia a RFI, o problema também pode ter partido do trem de pouso do avião (o conjunto de estruturas que apoiam a aeronave no solo durante os processos de pouso e decolagem).
As caixas-pretas recuperadas da aeronave passarão, agora, por análises longas, que podem durar meses, informam as autoridades sul-coreanas.
Uma das pistas mais claras acerca do acidente está no possível problema com o trem de pouso do avião, que teria sido o motivo pelo qual a aeronave não conseguiu reduzir sua velocidade a tempo após uma tentativa de pouso anterior e mal-sucedida. A dificuldade de frear foi a causa da colisão com o muro nos perímetros do aeroporto.
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Esse foi o acidente mais grave da Coreia do Sul desde 1997, quando um jato da Korean Air colidiu com uma colina no Pacífico Ocidental, em Guam, território norte-americano, levando à morte 229 pessoas (entre as 254 a bordo).
A Jeju Air, uma companhia aérea "de baixo custo" sediada na cidade de Jeju, capital da Ilha de Jeju, ao sul da península coreana, emitiu um breve comunicado de desculpas e afirmou que fará "tudo que estiver ao alcance" para responder à situação; a Boeing afirmou que está em contato com a companhia aérea e vai prestar apoio.
Pelo menos 68 mil pedidos de cancelamento foram registrados pela companhia após o domingo (29), a maioria partindo de rotas internacionais, de acordo com informações prestadas pela Jeju à AFP.