LEVANTAMENTO

Acidentes aéreos no Brasil cresceram 92%; voos privados lideram os casos

São Paulo é estado que soma maior número de acidentes em 2024

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Neste domingo, o acidente aéreo em Gramado, no Rio Grande do Sul, que causou a morte de 10 pessoas, foi o segundo mais fatal do Brasil em 2024, sendo o mais grave entre os acidentes envolvendo aviões de pequeno porte. Voos privados são aqueles feitos normalmente em jatinhos particulares, diferentemente dos voos comerciais ou voos regulares. O único acidente de voo comercial com mais vítimas foi a queda do avião da VoePass, em agosto, que resultou na morte de 62 pessoas

Com isso, o número de óbitos em acidentes aéreos em 2024 subiu para 148, um aumento de 92% em relação ao ano passado, marcando o maior total desde 2014, ano de início da série histórica do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa).

Segundo o Centro, esse foi o 41º caso com vítimas fatais no ano. A maioria dos acidentes envolveu apenas o piloto, mas sete deles resultaram em cinco mortes ou mais. A sequência de eventos trágicos inclui acidentes em Paraibuna (SP), Apiacás (MT), Ouro Preto (MG), Manoel Urbano (AC) e Itapeva (MG), além do ocorrido em Gramado.

As 148 mortes registradas representam um aumento de 42% em relação ao segundo pior ano da série histórica. A tragédia da VoePass contribuiu significativamente para esse resultado. Mesmo sem esse acidente, o ano de 2024 seria o segundo mais letal, com 86 mortes. O número de acidentes com mortes também aumentou, mas não atingiu o recorde histórico. O número de acidentes aéreos com fatalidades em 2024 subiu para 41, o que representa um aumento considerável de 36% em relação a 2023. 

Aviões particulares são a maioria; São Paulo lidera ranking

Apesar desse crescimento, é importante ressaltar que anos anteriores, como 2015 e 2016, registraram números ainda maiores, com 47 e 45 acidentes, respectivamente. De acordo com os dados mais recentes, a aviação privada foi a protagonista de mais da metade dos acidentes aéreos registrados neste ano.

Até o momento, foram contabilizados 22 acidentes envolvendo aeronaves particulares. Em seguida, a aviação agrícola se destacou com sete ocorrências. Complementam a lista acidentes relacionados a voos de instrução, operações policiais e experimentais. 

É importante ressaltar que a tragédia de Vinhedo (SP), que envolveu um voo regular, foi um caso isolado, representando uma pequena parcela do total de acidentes. São Paulo liderou o ranking de estados com maior número de acidentes fatais, registrando 11 ocorrências. Mato Grosso e Pará ficaram em segundo lugar, com 6 e 5 acidentes, respectivamente. Minas Gerais também registrou 5 acidentes. A perda de controle em voo foi a principal causa identificada, ocorrendo em 13 casos. Falhas ou mau funcionamento do motor foram apontados como causa em sete acidentes. Dez casos ainda estão sob investigação.

O maior acidente aéreo da aviação comercial brasileira ocorreu em 2007, envolvendo um Airbus A320-233 da TAM (atualmente Latam). A aeronave decolou do Aeroporto Internacional de Porto Alegre com destino ao Aeroporto de Congonhas, em São Paulo, e, infelizmente, não completou sua rota, resultando em uma tragédia que marcou a história da aviação no país.

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