Um incidente diplomático grave envolvendo Israel e a França, ocorrido nesta quinta-feira (7), em Jerusalém, fez com que o governo do presidente Emmanuel Macron reagisse energicamente contra o Estado judeu. O fato desenrolou-se durante a visita do ministro de Relações Exteriores francês, Jean-Noël Barrot, e ocorreu no santuário de Eleona, que é administrado pelo país europeu, dentro dos limites da cidade sagrada.
Dois militares franceses que davam segurança ao prédio, que é considerado uma área diplomática, portanto inviolável para as autoridades do país do Oriente Médio, foram presos pela polícia israelense, com muita truculência, dentro do imóvel, que foi invadido, mesmo na presença de vários jornalistas.
As cenas mostram policiais uniformizados tentando de todas as formas imobilizar os agentes franceses, que resistem, mas acabam contidos. Eles são conduzidos com violência para fora do edifício histórico e colocados numa viatura. A dupla de militares europeus acabou liberada momentos depois.
“Este ataque à integridade de uma área colocada sob a responsabilidade da França é susceptível de enfraquecer os laços que vim a cultivar com Israel, num momento em que todos precisamos de fazer avançar a região no caminho da paz”, disse indignado Barrot à imprensa, no meio da rua. Ele recusou-se a entrar no santuário de Eleona, já que o local estava ocupado por policiais de Israel.
O Ministério de Relações da França, após comunicar o caso ao Palácio do Eliseu, sede da República Francesa, emitiu um comunicado duro. “Os procedimentos [de segurança, envolvendo a visita do chanceler a Eleona] foram esclarecidos antecipadamente durante as discussões preparatórias com a Embaixada da França em Israel. Este incidente não vai parar aí, especialmente porque é agravado pelas falsas alegações transmitidas pelas autoridades israelitas”, cita a nota.
O governo francês deixou claro que Israel tem absoluto conhecimento de que o local é inviolável, administrado pela República Francesa, e que seus gendarmes [militares que dão segurança ao lugar] eram guardas do consulado francês, portanto não deveriam ter sequer sido procurados pela polícia israelense, muito menos presos dentro de uma zona em que não poderiam entrar.
Veja o vídeo com a prisão ilegal: