DONALD TRUMP

Trump: OTAN parabeniza presidente eleito, mas faz provocação preocupante

O secretário-geral da organização respondeu a ataques recentes do republicano à conduta da aliança militar

Secretário-geral da OTAN, Mark Rutte.Créditos: Free source
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O atual secretário-geral da OTAN (Organização do Tratado do Atlântico Norte), Mark Rutte, parabenizou nesta quarta (6) o candidato vitorioso nas eleições presidenciais norte-americanas, Donald Trump. 

Figura controversa para a Organização, Trump foi saudado por Rutte através de uma publicação na rede social X, na qual o secretário-geral afirmou que "sua liderança será novamente fundamental" para manter a aliança forte. 

Mas o cumprimento usual da OTAN ao novo presidente veio com uma provocação: em um comentário mais longo, Rutte afirmou que, agora, "a OTAN está gastando mais em defesa", e pelo menos dois terços dos aliados destinam cerca de 2% de seu PIB aos investimentos em segurança militar. 

A provocação foi uma resposta a comentários críticos de Trump à organização, que causaram ultraje em autoridades norte-americanas e internacionais no começo de 2024.

Em fevereiro deste ano, o então ex-presidente Donald Trump criticou a OTAN por seus gastos insuficientes em defesa, e chegou a sugerir que os EUA deveriam se recusar a proteger aqueles membros da Aliança que negligenciassem seu investimento em segurança e "não gastassem o suficiente". 

Os comentários foram feitos no contexto da guerra em curso entre Rússia e Ucrânia — e o republicano disse, além disso, que "encorajaria" a Rússia a atacar qualquer membro da OTAN que não gastasse pelo menos 2% de seu PIB total em defesa militar. 

Na ocasião de um comício na Carolina do Sul, também em fevereiro, Trump rememorou uma reunião com líderes da OTAN em que o presidente de uma grande nação teria perguntado a ele: "Se nós não pagarmos [pela defesa] e formos atacados pela Rússia, você vai nos proteger?", ao que Trump teria respondido: "Sim, digamos que isso aconteça. Não, eu não protegeria vocês. Eu iria, aliás, encorajar a Rússia a fazer o que diabos eles quisessem. Vocês precisam pagar." 

"A liderança da América no cenário global e o suporte a nossos aliados é crítica para manter os americanos a salvo em casa", disse o presidente Biden à época, em resposta às declarações. 

O ex-chefe da OTAN, Jens Stoltenberg (2014-2024), afirmou que a sugestão de Trump punha em risco as tropas norte-americanas e europeias e "minava toda a segurança" da aliança. 

Agora, o atual presidente da organização quer que a OTAN e os Estados Unidos "trabalhem juntos" com seus "31 amigos" para endereçar os crescentes desafios enfrentados pela aliança militar, referindo-se especificamente ao "crescente alinhamento entre China, Rússia, Coreia do Norte e Irã".