ERA O "SONHO" DELE

Morte: Do Pará e com 19 anos, ele durou 2 semanas na Guerra da Ucrânia

Conheça Tiago Nunes, da pequenina Rurópolis, cravada nos rincões paraenses, que foi morrer nas mãos do exército russo do outro lado do mundo

Tiago Nunes, o brasileiro que morreu na Guerra da Ucrânia.Créditos: Redes sociais/Reprodução
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Tiago Nunes, 19 anos, nascido na pequena Rurópolis, nos rincões do Sudoeste do Pará, repentinamente tornou-se capa de todos os veículos de comunicação do Brasil. O jovem, praticamente um adolescente ainda, saiu de sua cidade natal há menos de um mês e foi rumo ao Leste Europeu.

Sua intenção? Lutar como “voluntário” na Guerra da Ucrânia, contra o exército russo. As aspas são pelo fato de que até o momento não ficou claro se esse alistamento foi sem qualquer interesse financeiro ou se, como na maioria dos estrangeiros que para lá vão, ele seria um mercenário que receberia dinheiro para combater.

O fato é que o rapaz, conhecido como “Índio”, já estava em território ucraniano, devidamente fardado e com um fuzil. Pelo menos é assim que ele aparece nas fotos publicadas e enviadas a amigos, nas quais aparece sorridente e “feliz” por estar no verdadeiro inferno onde a morte é algo corriqueiro. Ele não tinha qualquer treinamento ou conhecimento de natureza militar.

As circunstâncias de sua morte ainda não foram reveladas pelas autoridades militares da Ucrânia, embora já tenha sido confirmada. Amigos que deram entrevistas a diferentes portais noticiosos, assim como aqueles que o conheciam e comentam nas redes sociais, dizem que ele teria o sonho de “ser soldado”, mas que isso não teria sido possível no Exército Brasileiro. Ir para a Ucrânia, do outro lado do mundo, teria sido então a ‘solução’ encontrada por “Índio” para realizar seu grande desejo.

Morreu com duas semanas na neve do país europeu devastado pelo conflito.

Para a família, Tiago disse há pouco mais de um mês que iria para Manaus. Quase duas semanas depois, ligou para a mãe e disse que estava na França, admitindo qual era realmente o seu destino e frisando que aquele era seu sonho, o de viver uma guerra. Foi o último contato que ele fez.

Em termos oficiais mesmo, apenas uma nota pública da Prefeitura de Rurópolis, na qual a administração municipal só lamenta. “Neste momento de profunda tristeza e dor, manifestamos aos familiares e amigos nossas mais sinceras condolências”, dizem no comunicado.