Com as temperaturas despencando, por conta do inverno -- eram 2 graus às 4 da tarde desta quinta-feira em Kiev -- uma arma russa está causando protestos de lideranças da Ucrânia, por conta de seu poder destrutivo.
São as chamadas bombas de fragmentação, que estão chovendo sobre a infraestrutura ucraniana.
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No mundo militar a discussão é sobre a utilização, pela Ucrânia, dos mísseis mais modernos no arsenal da OTAN, a aliança militar ocidental, contra território russo.
Também se debate a resposta russa, com um míssil balístico intermediário (IRBM) até então desconhecido.
Porém, são as controversas bombas de fragmentação, condenadas pelo potencial de matar civis, que estão no centro das mais recentes denúncias.
O presidente Volodymyr Zelensky escreveu em seu canal do Telegram que "em várias regiões, ataques com bombas de fragmentação foram registrados, e eles tiveram como alvo a infraestrutura civil. Esta é uma escalada muito desprezível das táticas terroristas russas".
Matar de frio
Ele se referia ao fato de que, na noite passada, a Rússia despachou cerca de 200 mísseis de cruzeiro e drones contra a Ucrânia, em um novo ataque contra a infraestrutura elétrica do país.
Zelensky não explicou especificamente qual tipo de bomba de fragmentação teria sido utilizada.
Em geral elas são colocadas na ogiva do míssil, que se abre antes de tocar o solo, espalhando bombas menores, que aumentam o alcance das detonações.
É uma chuva de explosivos.
Alguns tipos de munição são utilizados especificamente para matar pessoas e destruir veículos; outros, mais adequados para eliminar postes e fiação.
De acordo com o governo da Ucrânia, mais de 1 milhão de pessoas ficaram sem energia por conta do ataque.
As bombas de fragmentação aumentam o risco para o pessoal encarregado de monitorar e reparar o sistema elétrico da Ucrânia.
Apesar da reclamação de Zelensky, seu governo também recebeu bombas de fragmentação dos Estados Unidos, sob a alegação de que precisava delas para conter o avanço da infantaria russa.
"Meteorito"
Enquanto isso, ao participar de uma cúpula no Cazaquistão, Vladimir Putin ameaçou utilizar os novos mísseis balísticos Oreshnik contra "centros de comando" em Kiev.
Seria uma nova escalada. Até agora, a Rússia utilizou o míssel uma única vez, contra instalações militares em Dnipro.
Putin comparou a arma a um meteorito
É como um meteorito em queda. Nós sabemos sobre a História dos meteoritos que caíram e as consequências deles. Os lagos que foram formados.
Viajando a até 3 quilômetros por segundo, o Oreshnik pode alcançar 10 mil metros de altitude antes de despencar sobre a Terra, liberando sub-mísseis que podem se dirigir a alvos diferentes.
A velocidade é tamanha que os sub-mísseis não precisam necessariamente carregar explosivos.
De acordo com a fala de Putin, numa clara ameaça à liderança ucraniana, o Oreshnik pode penetrar de três a quatro andares subterrâneos:
A temperatura atinge 4 mil graus. Qualquer coisa localizada no alvo será obliterada em partículas elementares, reduzida a poeira.