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Israel descumpre cessar-fogo em menos de 48h e ameaça guerra total por "violação do acordo"

Após quebrar acordo de trégua, Netanyahu ameaça "guerra total" caso Hezbollah retalie o ataque israelense

Benyamin Netanyahu.Créditos: Open source
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Durante uma entrevista concedida ao Canal 14 nesta quinta-feira (28), o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, que havia assinado, com a intermediação dos Estados Unidos e da França, um acordo de cessar-fogo com o Hezbollah na manhã do dia anterior (27), fez uma ameaça: se o acordo for violado, as Forças de Defesa israelenses devem se preparar para instaurar uma "guerra total" no Líbano

"Eu ordenei que as Forças de Defesa de Israel se preparem para uma guerra total no Líbano caso o cessar-fogo seja interrompido", disse ele. "Se o acordo for violado, prosseguiremos para uma guerra total". 

Ainda na quinta-feira (28), no entanto, menos de 48h depois do acordo, tanques israelenses dispararam contra pelo menos seis áreas no Líbano, numa clara violação à trégua. O ataque ocorreu depois de "veículos suspeitos" serem enviados à região sul do país.

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 Apesar de ter assinado uma trégua nos bombardeios esta semana, que previa uma pausa de 60 dias, com a retirada das forças do Hezbollah e das tropas israelenses do sul do Líbano, Israel enviou uma mensagem aos moradores de Gaza: pediu para que não retornassem ainda, "para sua própria segurança". As hostilidades com o grupo palestino, Hamas, continuam.

Conforme noticia a Reuters, além disso, tropas israelenses ainda ocupam a fronteira do Líbano, com drones de vigilância e veículos equipados. 

Na noite em que o acordo foi anunciado, na terça-feira (26), Netanyahu informou que manteria sua "total liberdade de ação militar" no Líbano, evitando violações à sua soberania e conservando, como está descrito no acordo, o direito à autodefesa.

O Líbano afirma que o acordo foi violado por Israel no dia seguinte à sua adesão, e pede que a comunidade internacional, em especial a França, que ajudou a mediar os termos do cessar-fogo, "exerça mais pressão" sobre o país. 

Netanyahu tem "travado uma guerra total contra o povo palestino" desde o ataque de 7 de outubro, afirmou o senador norte-americano Bernie Sanders nesta segunda (25). "Mais de 41 mil palestinos foram mortos e mais de 96 mil foram feridos, 60% dos quais são mulheres, crianças e idosos", disse ele.

A política de 'guerra total' contra o território palestino já tem ocorrido há meses, contra toda a infraestrutura civil, todas as 12 universidades de Gaza, além de hospitais, centros de apoio e escolas. 

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O ministro das Finanças de Israel, Bezalel Smotrich, afirmou, um dia antes da vigência do acordo, na terça-feira (26), que Israel deveria conquistar a Faixa de Gaza em definitivo e reduzir sua população pela metade, forçando-a a uma emigração voluntária. Ele disse que o governo israelense poderia "criar a situação" em que isso seria possível.