A Aliança Global contra a Fome e a Pobreza já conta com a adesão de 80 países, e negociações em andamento indicam que o número pode aumentar. Além dos integrantes do G20, mais de 60 organizações internacionais, bancos de desenvolvimento e fundações filantrópicas estão próximos de se unir à iniciativa proposta pelo governo Lula, no Brasil. Em dois dias, a Aliança tinha apenas metade das adesões.
A Aliança Global contra a Fome e a Pobreza visa criar um mecanismo para captar recursos e compartilhar conhecimentos, com o intuito de implementar políticas públicas e tecnologias sociais que sejam eficazes no combate à fome e à pobreza. A Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) estima que entre 713 milhões e 757 milhões de indivíduos tenham vivido com fome em 2023, o que corresponde a uma em cada 11 pessoas no mundo.
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Atualmente, o Brasil está incluído no Mapa da Fome, uma lista de países onde 2,5% ou mais de sua população vive em condições de subalimentação. O agravamento da insegurança alimentar, impulsionado pela pandemia, crises geopolíticas e mudanças climáticas, motivou a criação da Aliança Global. A iniciativa busca enfrentar o problema de forma integrada, abordando questões como financiamento, tecnologia e inovação agrícola. Inicialmente proposta pelo Brasil, a Aliança tem se destacado como uma das principais contribuições do país à presidência rotativa do G20 em 2024.
Especialistas observam que o Brasil procura consolidar sua posição de liderança em políticas sociais globais, utilizando sua experiência em programas de combate à fome, como o Bolsa Família e o Fome Zero. A adesão de potências econômicas, como China, Estados Unidos e Índia, fortalece a influência política da Aliança. Adicionalmente, a inclusão de instituições financeiras, como o Banco Mundial e o Banco de Desenvolvimento dos BRICS, expande as opções de financiamento para projetos.
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Fórum acompanhou abertura do G20
Os eventos do G20 no Rio de Janeiro começaram na quinta-feira (14), que vai reunir representantes das 19 maiores economias globais mais a União Europeia e a União Africana. Antes da Cúpula de Líderes, que inicia nesta segunda-feira (18), a cidade recebeu outros dois eventos: o G20 Social e o CRIA G20, que debateram os principais temas do encontro através da participação social de organizações da sociedade civil, ativistas e comunicadores digitais.
Ambos os eventos tiveram início na quinta na Praça Mauá, região central da capital carioca, com programações repletas de debates sobre transição energética, combate à fome, crise climática, desigualdades sociais e outros temas centrais à presidência do Brasil no G20. A presença de movimentos sociais foi o destaque da abertura do evento.
Para o primeiro grande painel do evento, que teve como tema a Aliança Global Contra a Fome e a Pobreza, iniciativa lançada pelo Brasil, estiveram presentes a primeira-dama e socióloga Janja Lula da Silva, a ex-ministra do Desenvolvimento Social Tereza Campello, a ativista sul-africana Nomzamo Mbatha e a ativista libanesa-venezuelana Surthany Cooks.
As palestrantes debateram sobre a importância de programas sociais voltados ao combate à fome e às desigualdades. O grande destaque da conversa foi o Bolsa Família, um dos programas mais importantes do governo federal para erradicar a fome e a pobreza no país. A ex-ministra Tereza Campello, que participou da criação do programa, ressaltou os avanços significativos promovidos pelo Bolsa Família, como a retirada do Brasil do mapa da fome em 2014.
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