Os 27 países-membros da União Europeia têm um investimento anual de 1.06 bilhões de euros para a produção de vinho, de acordo com dados da UE.
São os melhores vinhos do mundo, com diversos produtores premiados na Itália, na França e em Portugal.
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Mas esse mercado tem sido saturado, com um ritmo de produção maior do que a demanda avistada, e os produtores europeus já perceberam: em junho, a Comissão da União Europeia já havia sido acionada em auxílio emergencial para o setor, que viu uma diminuição drástica de preços.
Foram 7% de diminuição na Itália, 10% na Espanha, 15% na França, 22% na Alemanha e 34% em Portugal, de acordo com a AFP.
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Enquanto isso, a produção do vinho não parou — aliás, aumentou em 4% no período da queda no consumo.
É por isso que a UE deve investir 200 milhões de euros (de um orçamento que foi aumentado em 60 milhões por parte do governo francês) para destruir campos de vinhedo em toda a França, a fim de que os lucros se mantenham mesmo em meio ao baixo consumo.
Esse movimento é conhecido em setores produtivos da agricultura, que precisam pôr fora dos mercados seus produtos quando há crise de preços ou de demanda. A economia real desperdiça milhões de litros de vinho para financiar a produção continuada do produto, num movimento infeliz mas necessário.
A área correspondente à destruição de vinhedos deve ser equivalente a 27 campos de futebol (30 mil hectares), e o álcool que restar da produção vai ser revendido à indústria para outros usos (como em produtos de limpeza à base de álcool).
De acordo com o ministro da agricultura francês, 57 milhões de euros foram gastos em junho para destruir cerca de 9.500 hectares de vinhos em Bordeaux, e os agricultores foram incentivados a "buscar outras fontes de renda", como a plantação de azeitonas.
Mudança nos hábitos de consumo
A queda na demanda por vinhos pode ser explicada por mudanças nos hábitos das novas gerações, que têm bebido menos vinho e dado preferência a outros tipos de bebida, como a cerveja e os destilados.
Além disso, houve uma queda nas exportações, com a diminuição, por exemplo, da demanda chinesa por vinhos europeus (as exportações de vinhos franceses diminuíram 10% em 2023).
Também atribuem à diminuição no consumo os efeitos ainda em curso da pandemia de COVID-19, que afetou a harmonia entre os ritmos de produção e absorção nos mercados.