*Com colaboração de Ana Mércia
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez o discurso mais aclamado da 78ª Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU) nesta terça-feira (19), em Nova York (EUA).
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Após 20 desde a primeira vez que participou do evento, Lula fez sua oitava intervenção no mais importante fórum internacional do mundo e, em seu discurso, buscou colocar o Brasil novamente em lugar de protagonismo no cenário global, levantando temas como combate à fome, justiça social, desenvolvimento sustentável e reforma dos mecanismos de governança.
Nenhum outro discurso de chefe de Estado foi tão aplaudido como o do presidente brasileiro. Ao todo, Lula teve seu discurso interrompido 7 vezes por aplausos. A primeira salva de palmas veio logo no início da fala do mandatário.
“O Brasil está se reencontrando consigo mesmo, com nossa região, com o mundo e com o multilateralismo. Como não me canso de repetir: o Brasil está de volta. Nosso país está de volta para dar sua devida contribuição ao enfrentamento… ", dizia Lula antes de fazer uma breve pausa diante da ovação.
Poucos minutos depois, voltou a ser aplaudido ao anunciar que o Brasil quer implementar uma 18ª meta, para além das 17 definidas pela ONU para o desenvolvimento sustentável do planeta: a do combate ao racismo.
“No Brasil, estamos comprometidos a implementar todos os 17 objetivos de desenvolvimento sustentável de maneira integrada e indivisível. Queremos alcançar a igualdade racial na sociedade brasileira por meio de um 18º objetivo, que adotaremos voluntariamente”, disparou o presidente pouco antes de ser aclamado.
A terceira ovação veio quando Lula evocou Bertha Luz, brasileira pioneira na defesa da igualdade de gênero na Carta da ONU, e ao dizer que o Brasil aprovou a lei que torna obrigatória a igualdade salarial entre mulheres e homens no exercício da mesma função.
Na sequência, o presidente brasileiro foi aplaudido ao anunciar a redução de 48% no desmatamento da Amazônia brasileira nos últimos 8 meses. Os aplausos se repetiram, depois, no momento em que o mandatário fez uma crítica contundente ao neoliberalismo.
"O neoliberalismo agravou a desigualdade econômica e política que hoje assola as democracias. Seu legado é uma massa de deserdados excluídos. Em meio a seus escombros, surgem aventureiros de extrema direita, que negam a política e vendem soluções tão fáceis quanto equivocadas. Muitos sucumbiram à tentação de substituir o neoliberalismo falido por um nacionalismo primitivo, conservador e autoritário”, declarou Lula antes de ser aclamado.
Por fim, o presidente brasileiro foi aplaudido em outros dois momentos: quando pediu liberdade ao jornalista Julian Assange e quando disparou contra os embargos econômicos impostos a Cuba.
Assista ao compilado das 7 vezes que Lula foi aplaudido em seu discurso na ONU