Lampedusa, uma ilha italiana que serve como um dos principais pontos de entrada para imigrantes irregulares que buscam refúgio na Europa, testemunhou um evento sem precedentes. Nas últimas 24 horas, a ilha recebeu um total de 5.112 imigrantes africanos em 112 embarcações. A ilha fica localizada ao sul do país italiano, entre Malta e Tunísia, e faz parte geograficamente do continente africano.
"Nunca vimos nada assim antes, com dezenas e dezenas de pequenas embarcações escoltadas ou ligadas a unidades de salvamento em frente ao porto, e outras que conseguem chegar diretamente. Estes são números que já não são sustentáveis nesta ilha", disse o presidente da Câmara de Lampedusa, Filippo Mannino. Os desembarques, que começaram na terça (12), continuaram até a manhã desta quarta-feira (13), recebendo mais 1,3 mil pessoas.
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Milhares de recém-chegados ainda se encontram no porto, aguardando alojamento. O centro de acolhimento de Lampedusa, que tem capacidade para abrigar 400 pessoas, já está no seu limite. O centro está abrigando cerca de seis mil migrantes, excedendo sua capacidade.
Giorgia Meloni, que assumiu o cargo de primeira-ministra da Itália no ano passado com a promessa de combater a imigração irregular, enfrenta desafios significativos em cumprir seu compromisso. O número de refugiados não reduziu. A repressão aos migrantes na Tunísia e a contínua instabilidade na Líbia resultaram em um aumento nas travessias marítimas do Norte da África.
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Desde o início deste ano, a ilha italiana tem sido um ponto de chegada para um número impressionante de imigrantes que viajam de barco. De acordo com os dados mais recentes do Ministério do Interior, cerca de 118.500 migrantes chegaram à Itália apenas pelo mar. Número é mais que o dobro do registrado no mesmo período em 2022.
No entanto, vale lembrar que não é a primeira vez que africanos remam até a cidade insular italiana, há anos eles chegam até a ilha em busca de uma vida melhor e muitos deles já chegaram a ser presos e humilhados pelos militares, que compõem 20% da população local.
Em 2011, quando começava o movimento migratório, muitos africanos denunciaram omissão de socorro humanitário e o descaso da ilha com a crise imigratória, é o que aponta esta matéria da Folha.
"A situação em Lampedusa está à vista de todos, mas é a Europa que deve ajudar a Itália a geri-la da melhor forma", destacou no mês passado Adolfo Urso, ministro italiano do Desenvolvimento Econômico.