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Saiba o que é e por que foi emitido o mandado de prisão contra Trump na Geórgia

"Só quero encontrar 11.780 votos", disse Trump em telefonema investigado na acusação

Trump afirmou que a promotora Willis "estrategicamente atrasou sua investigação para tentar prejudicar sua campanha"Créditos: Reprodução/Twitter
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O ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump sofreu uma quarta série de acusações criminais nesta segunda-feira (14). A acusação se refere às tentativas de interferência no resultado eleitoral da Geórgia, estado onde o republicano foi superado por Joe Biden por 0,02% nas eleições presidenciais de 2020.

"O grande júri do condado de Fulton decidiu acusar 19 indivíduos por violação à lei da Geórgia decorrente de conspiração criminosa para reverter os resultados da eleição presidencial de 2020 neste estado", disse a promotora do condado Fani Willis.

Subsequente à acusação, como é o processo da lei da Geórgia, o grande júri emitiu mandatos de prisão contra os acusados e permitiu a rendição voluntária dos acusados até meio-dia de 25 de agosto de 2023.

O envolvimento de Trump na conspiração

O grande júri da Georgia emitiu o indiciamento contra Trump e outros 18 réus, em um total de 41 acusações criminais. O ponto central do caso envolve um telefonema de 2 de janeiro de 2021 a Brad Raffensberger, secretário estadual da Geórgia, no qual Trump o instou a "encontrar votos" para vencer no estado.

"Veja, tudo o que quero fazer é isso: só quero encontrar 11.780 votos, um a mais do que nós temos [de diferença]. Porque nós ganhamos o estado [da Geórgia]"

Trump, no telefonema de 2 de janeiro de 2021

Favorito nas internas do Partido Republicano nas eleições de 2024, Trump se refere a diferença de votos pela qual foi derrotado por Biden na Geórgia. O democrata recebeu 49,47% dos votos do estado, enquanto o republicano levou 49,24%, diferença de 11.779 votos.

O que envolve o mandato de prisão de Trump?

Ele recebeu acusações de extorsão sob a Lei de Organizações Influenciadas e Corruptas (RICO, da sigla em inglês), legislação criada para desmantelar o crime organizado, mas que tem servido em processos de esquemas de fraude, peculato e corrupção política.

A RICO do estado da Geórgia permite que promotores agrupem supostos crimes não relacionados e cometidos por pessoas diferentes se esses crimes forem percebidos como apoio a um objetivo comum – o intuito de obter vantagem por meio de corrupção. Segundo o júri da Geórgia, os indiciados realizaram dois atos de extorsão em um período de quatro anos com objetivo semelhante.

O documento de 98 páginas detalha outros indiciamentos, que incluem falso testemunho de fraude eleitoral aos legisladores, incentivo a um oficial público violar seu juramento, conspiração para se passar por funcionário público, conspiração para cometer falsificação de primeiro grau e conspiração para apresentar documentos falsos.

Um dos aliados de Trump, o advogado e ex-prefeito de Nova Iorque Rudolph Giuliani, foi acusado de planejar a fraude das urnas eleitorais no interior da Georgia e roubar dados de uma empresa.

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