O assassinato do presidenciável equatoriano Fernando Villavicencio, atingido com três tiros na cabeça assim que entrou em seu carro, após um comício numa escola da capital Quito, correu o mundo. As imagens da saída do político, seguida de dezenas de disparos realizados por integrantes de uma quadrilha do crime organizado do país, foram a face mais dramática até agora do episódio trágico ocorrido na tarde de quarta-feira (9). No entanto, um outro aspecto relacionado ao caso, revelado nesta quinta (10), também impressionou e assustou de forma semelhante ao fuzilamento da vítima.
Horas antes de sair do comício na capital e de ser morto, Villavicencio fez um discurso muito duro na cidade de Chone, e que, para muita gente, teve um caráter premonitório. É de conhecimento público que o candidato vinha sendo ameaçado há tempos, e que inclusive já tinha sido alvo de um atentado no ano passado, quando bandidos dispararam quatro tiros contra a fachada da sua casa, durante e madrugada. Só que as palavras proferidas momentos antes do homicídio impressionam.
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Villavicencio fala que não precisa usar colete à prova de balas e praticamente ‘convoca’ os criminosos a atacá-lo, citando diretamente ‘atiradores’ e ‘milicianos’ que são ‘chefões do narcotráfico’, afirmando ao final que jamais seria ‘quebrado’, ou seja, ‘morto’ por esses criminosos.
“Não preciso (de colete à prova de balas). Vocês são um povo valente, e eu sou valente como vocês. Vocês são aqueles que cuidam de mim. Venham, aqui estou. Disseram que iriam me quebrar, aqui está Don Villa (alcunha pela qual é conhecido Villavicencio no Equador). Que venham os chefões do narcotráfico, venham! Que venham os atiradores, que venham os milicianos! Acabou-se o tempo da ameaça. Aqui estou eu. Podem me dobrar, mas nunca vão me quebrar”, diz o candidato poucos minutos antes de sair e ser alvejado mortalmente.
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