ÁFRICA

Militares do Niger afirmam que, em caso de intervenção estrangeira, vão matar presidente deposto

Mohammed Bazoum está preso em sua residência desde o mês passado; países da região ameaçaram entrar em guerra

Militares do Niger não estão dispostos a negociar retomada de Bazoum ao poderCréditos: RTN
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Segundo a agência AP, os militares do Niger deram um ultimato aos países da Comunidade de Estados da África Ocidental (CEDEAO) afirmando que, em caso de invasão militar estrangeira no país, irão assassinar Mohamed Bazoum, presidente que foi deposto em um golpe no último dia 26.

  • A CEDEAO havia dado um outro ultimato, afirmando que, caso os militares nigerinos não abandonassem o poder e restabelecessem a ordem constitucional, iriam invadir o país e reestabelecer a ordem com uma guerra contra o governo.
  • A Nigéria e o Senegal já haviam confirmado que enviaram tropas de "pacificação" para o país que é o quarto na onda de golpes militares anti-imperialistas do Sahel.
  • Burkina Faso, Mali, Guiné e Argélia - todos próximos da Rússia - já haviam informado que iriam colaborar com o Niger em caso de uma invasão militar. Senegal, Gana, Nigéria e outros países da região seriam apoiados pela França, em mais uma guerra que ganharia contornos de conflito por procuração entre OTAN e Rússia, agora no continente africano.
  • A advertência dos militares foi dada durante a visita  de Victoria Nuland, subscretária de Estado dos EUA para assuntos políticos. A comissária do governo americano disse que as negociações foram "extremamente francas e, em ocasiões, muito difíceis".

Redução de tensões?

  • Bola Tinubu, presidente da Nigéria e também presidente da CEDEAO, retomou um discurso mais diplomático. Para ele, agora é hora de "envolver todas as partes, incluindo os líderes do golpe, em discussões sérias para convencê-los a deixar o poder e restabelecer o presidente Bazoum. É nosso dever esgotar todas as vias de compromisso para garantir um rápido retorno à governança constitucional no Níger".
  • Segundo uma reportagem do veículo russo RT, a opção da Nigéria será fomentar com dinheiro e armas rebeldes internos no Niger, que tentarão desmobilizar o governo sem necessidade de uma intervenção estrangeira direta. Mas como disse o nigeriano, o dever é "esgotar todas as vias de compromisso". Depois que elas estiverem esgotadas, resta saber o que a CEDEAO tentará fazer.