Manifestações em Israel nesta sábado (29) reuniram cerca de 200 mil de pessoas em diversas cidades do país, como Haifa e Tel Aviv, além de Jerusalém, cidade que não faz parte do território de jure israelense.
Esse é o primeiro fim de semana de protestos contra a reforma judicial depois da aprovação do texto no Knesset, o parlamento israelense.
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Um dos líderes da manifestação, Shikma Bressler, afirmou que os novos rumos do Kenessset mostram que o governo perdeu seu caráter moderado e assumiu seu caráter fundamentalista.
“Entendemos que os membros aparentemente moderados da coalizão se tornaram, talvez relutante ou talvez deliberadamente, parceiros plenos dos extremistas no governo”, disse Bressler.
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“Todos os colaboradores da ditadura sabiam: ninguém se impressiona com falar em condenar a legislação predatória um segundo depois de você levantar a mão a seu favor. Ninguém se impressiona com falar em unidade, um segundo depois de você ter atropelado a maioria do povo”, acrescentou.
A aprovação da Reforma Judicial beneficia não somente Benjamin Netanyahu, que deseja barrar seus processos de corrupção na Suprema Corte de Israel, mas também os setores de extrema-direita tradicionalista que apoiam o governo de Bibi.
Itamar Ben Gvir, considerado o mais radical dos ministros do governo e membro do partido Otzma Yehudit, é um dos principais apoiadores da reforma. Ele é o responsável pela criação de milícias de extrema-direita no país, que têm como foco acelerar a colonização da Palestina nos assentamentos na Cisjordânia e o avanço contra os árabes, principalmente na cidade de Jerusalém, onde os conflitos - em especial na região da mesquita de Al Aqsa - têm se intensificado nos últimos meses.
A reforma daria superpoderes para o partido do governo e impediria, por exemplo, uma série de conquistas laicas de Israel, autorizando a extrema-direita que se sustenta no país a legislar de forma mais teocrática. Vale ressaltar que o país não tem uma constituição formalizada.