Amelia Earhart foi uma das pessoas mais importantes da modernidade. Pioneira da aviação dos Estados Unidos, autora e defensora dos direitos das mulheres, ela foi a primeira mulher a cruzar sozinha o Oceano Atlântico. Contudo, a história dela e de seu marido teve um final trágico, cercado de mistérios.
Amelia e o navegador Fred Noonan partiram da Califórnia no dia 21 de maio de 1937. O plano era ambicioso: dar uma volta inteira ao redor da Terra no período de dois anos. Partindo em sentido leste, fizeram paradas no Arizona, Louisiana e Flórida. Em seguida, o Lockheed 10E Electra, avião escolhido para a empreitada, voou para Porto Rico, Venezuela e Suriname.
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Ela também passou pelo Brasil. Em 6 de junho, partiu de Fortaleza para Natal e, no dia 7, deixou a capital potiguar para cruzar o Atlântico Sul até o Senegal, quebrando o recorde de tempo para o trajeto. O plano do casal era se aposentar desse mundo de aventuras após a conclusão da viagem. Contudo, uma tragédia trouxe um desfecho triste para a aventureira e seu marido.
Em 2 de julho, Amelia estava em direção à Ilha Howland, um território não incorporado dos Estados Unidos no Pacífico Sul. Ela já havia passado pela Ásia e pela Oceânia. Faltava apenas uma parada no Havaí e a grande empreitada estaria concluída.
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Após decolarem do atol de Lae, que hoje faz parte das Ilhas Marshall, os dois desapareceram perto das Ilhas Nukumanu, cerca de 1.300 km depois da decolagem. Desde então, muitas teorias da conspiração nasceram. Contudo, uma evidência pode indicar uma direção mais precisa sobre o que aconteceu com o casal.
Caranguejo gigante
As buscas duraram dois meses, mas só encontraram maquiagem e um canivete, supostamente de Amelia, na Ilha Nikumaroro, em Kiribati. Em 1939, ela foi declarada morta. O paradeiro da dupla nunca foi localizado. Mas é nessa mesma ilha, Nikumaroro, que reside uma teoria para o fim trágico.
Segundo o Tighar, sigla em inglês para The International Group for Historic Aircraft Recovery, ONG dedicada à arqueologia e à história da aviação, o motivo para os corpos nunca terem sido encontrados é o maior artrópode terrestre do mundo, caranguejo-dos-coqueiros, que pode chegar a 1 metro de largura e 4 kg. Suas pinças têm mais força que a mordida de muitos mamíferos maiores.
Para o Tighar, eles conseguiram pousar em Nikumaroro, mas não conseguiram solicitar resgate. Por fim, acabariam morrendo na ilha. Contudo, onde estariam os corpos? É aí que entra o artrópode gigante.
Em 1940, o administrador colonial de Nikumaroro, que na época estava sob domínio britânico e se chamava Gardner, informou que restos de um esqueleto humano foram encontrados. Eram 13 ossos, que foram enviados a Fiji para análise O administrador disse que o local onde os ossos foram achados estava com marcas de caranguejos.
O caranguejo-dos-coqueiros é onívoro, ou seja, como vegetais e animais. Também é chamado de caranguejo-ladrão, pois tem hábito de pegar o que vai comer, e leva embora. O Tighar conduziu diversos experimentos para ver se os caranguejos se interessavam por ossos e os arrastavam para suas tocas.
Um dos experimentos foi deixar uma carcaça de porco para que os caranguejos consumissem. O resultado foi que em duas semanas não havia sobrado quase nada dos restos mortais do animal.
Os ossos desapareceram misteriosamente, o que dificulta uma resposta mais preciso para o mistério. Com base na análise feitas em 1940 e nos estudos mais recentes, puderam concluir que há cerca de 99% de certeza que os ossos são de Amelia Earhart. É bem possível que o casal morreu esperando por resgate e que seus restos mortais foram devorados pelos caranguejos.
*Com informações do Uol