Na madrugada deste domingo (2), a residência do prefeito de Paris, Vincent Jeanbrun, de 39 anos, no subúrbio da capital francesa, foi invadida por um carro que colidiu contra o imóvel e depois pegou fogo. O ataque foi conduzido por manifestantes e faz parte de uma série de protestos que vem ocorrendo na França. Também foram atirados fogos de artifício contra a esposa e os filhos do político. Esses atos têm ocorrido após a morte de um jovem de 17 anos, de origem africana, baleado pela polícia.
Vincent Jeanbrun, prefeito de centro-direita do município de L’Hay-les-Roses, estava na prefeitura coordenando ações para lidar com os protestos quando sua casa foi atacada. Sua esposa, Melanie, e seus filhos de 5 e 7 anos estavam dentro da residência dormindo no momento do ocorrido.
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Nas redes sociais, Jeanbrun relatou que ele e sua família foram vítimas de uma "tentativa de assassinato de covardia indescritível". Ele declarou: "Ao tentar se proteger e fugir dos agressores, minha esposa e um dos meus filhos ficaram feridos". Esse é mais um episódio da onda de violência que tem tomado conta do país.
De acordo com Jeanbrun, sua esposa sofreu ferimentos no joelho e está atualmente hospitalizada. Um de seus filhos também ficou ligeiramente ferido.
Reação de autoridades
A Associação de Prefeitos da França (AMF) convocou um protesto, na segunda-feira (3), em todas as prefeituras do país, após o ataque anunciou o presidente da organização, David Lisnard.
O promotor local, Stéphane Hardouin, informou à imprensa que uma investigação por tentativa de homicídio foi iniciada, porém nenhum suspeito foi preso.
A primeira-ministra da França, Elisabeth Borne, condenou o ataque à residência Jeanbrun, chamando-o de "inaceitável" e pedindo punições rigorosas para os responsáveis.
"A este representante eleito da República e a todos os representantes eleitos que são vítimas de violência, reitero minha solidariedade e a da Nação. Os perpetradores desses atos abomináveis serão processados com a máxima firmeza", disse Borne.
Protestos em Paris
A prefeitura, sob a liderança de Jeanbrun, tem sido alvo de ataques durante várias noites desde o início dos protestos na terça-feira (27). O prédio foi protegido com arame farpado e barricadas.
Os protestos foram desencadeados pela morte do jovem Nahel, de 17 anos, que foi baleado no peito pela polícia após se recusar a parar o veículo. O policial acusado pelos disparos foi detido por homicídio.
Este ano, Nahel se tornou a segunda pessoa na França a ser morta em um tiroteio policial durante uma blitz de trânsito. No ano passado, o país registrou um recorde de 13 mortes em circunstâncias semelhantes.
No momento do tiroteio, havia outras duas pessoas no carro - uma delas conseguiu fugir, enquanto a outra, também menor de idade, foi detida pela polícia.
Com informações de agências internacionais