A veterinária Jeanne Paollini e a personal trainer Kátyna Baía vivem uma situação "desesperadora" em uma cela na penitenciária de Frankfurt, na Alemanha. O casal foi preso injustamente no dia 5 de março ao desembarcarem no aeroporto da grande cidade alemã sob a acusação de tráfico internacional de drogas.
Ocorre que Jeanne e Kátyna partiram de Goiânia (GO) e, durante escala no Aeroporto de Guarulhos, em São Paulo, tiveram suas bagagens trocadas por criminosos que substituem as etiquetas das malas para enviar drogas ao exterior. Na última terça-feira (4), a Polícia Federal deflagrou uma operação contra o grupo, composto por funcionários terceirizados que trabalhavam dentro do aeroporto para as companhias aéreas. 6 foram presos.
Segundo a PF, a quadrilha enviou 40 kg de cocaína para a Alemanha através de troca de bagagens. Trata-se, justamente, da substituição das malas de Jeanne e Kátyna, que desde o princípio alegaram inocência às autoridades alemãs.
Segundo, Luna Provázio Lara de Almeida, advogada das duas mulheres, ambas estão sofrendo na prisão. “Elas falam que é desesperador ficarem presas na cela, porque é uma cela pequena, bastante fechada. Elas não estão bem de saúde física e mental. Estão sofrendo muito”, disse à CNN Brasil.
“Elas falam que as presas que estão com elas são assassinas, suspeitas de crimes de assassinato ou tráfico, tem de tudo e elas se sentem ameaçadas de estar convivendo com pessoas perigosas”, prosseguiu a defensora.
A advogada contou ainda, ao portal G1, que o casal vem passando frio porque o presídio não forneceria roupas adequadas e que tiveram todos os seus pertences apreendidos. "Elas estão angustiadas porque estão presas há mais de 1 mês e perguntam muito pelos familiares. Elas estão morrendo de saudade. A Kátyna, por exemplo, não conseguiu falar com a mãe nesse tempo todo e elas são muito apegadas", detalhou.
Processo de soltura
A operação da PF que desbaratou a quadrilha que trocava malas no Aeroporto de Guarulhos foi um fator determinante para que, na última quarta-feira (4), a Justiça alemã desse início ao processo de soltura das brasileiras. A Alemanha, no entanto, possui um sistema judicial rígido e extremamente burocrático, e ainda aguarda a análise de algumas evidências para colocar o casal em liberdade.
Durante a semana, após a operação da PF no Brasil, autoridades alemãs afirmaram que há "fortes indícios" da inocência de Jeanne e Kátyna. Segundo a advogada do casal, a Justiça no Brasil vem dando suporte e, na Alemanha, "a impressão é que o juiz e o promotor do caso sabem da importância da situação, estão por dentro, mas infelizmente são mais burocráticos e rígidos”.
Augusto de Arruda Botelho, que é secretário Nacional de Justiça, informou na última quarta-feira que sua pasta, vinculada ao Ministério da Justiça, informou que "recebeu um pedido de compartilhamento de provas vindo das autoridades alemãs e já deu integral cumprimento ao pedido".