Marlène Schiappa, ministra da Economia Social e Solidária e Vida Associativa da França, provocou uma enorme polêmica, depois de posar e conceder entrevista para a revista erótica Playboy. Ela, inclusive, chegou a ser advertida pela primeira-ministra Élisabeth Borne.
As principais críticas que recebeu classificam a iniciativa de Marlène como inadequada, especialmente no atual contexto de conflito social no país.
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Autora de livros eróticos, Marlène, de 40 anos, aparece de vestido branco. Na entrevista, concedida para a edição da revista para adultos que estará nas bancas francesas na quinta-feira (6), ela tratou de temas como direitos da mulher, política e literatura.
“A defesa do direito da mulher de dispor de seu próprio corpo está em todo lugar e o tempo todo. Na França, as mulheres são livres. Com todo respeito aos retrógrados e hipócritas”, postou a ministra em seu Twitter.
A editora da revista declarou que Marlène é a personalidade política “mais compatível com a Playboy, porque está comprometida com os direitos das mulheres e entendeu que a Playboy não é mais uma publicação para velhos machões, mas pode ser um instrumento da causa feminista”.
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Porém, quem não gostou nada da iniciativa foi a primeira-ministra francesa, Élisabeth Borne. Ela telefonou para Marlène e disse que considerou sua aparição na revista erótica “totalmente inadequada” por causa do contexto atual de tensão, protestos e violência nas ruas, em consequência de uma impopular reforma da previdência que o governo impôs à população.
A França registra inúmeros protestos contra a mudança da idade de aposentadoria de 62 para 64 anos, até 2030, além do aumento da contribuição para 43 anos, até 2027, para arrecadar uma previdência completa, que o presidente Emmanuel Macron implementou por decreto.
Oposição intensifica críticas ao governo
A oposição de esquerda criticou a estratégia de comunicação do governo, após o ministro do Trabalho, Olivier Dussopt, aparecer na revista LGBTI Têtu e Macron dar entrevista para a revista infantil Pif Gadget.
“Estamos em meio a uma crise social e tenho a impressão de que há uma cortina de fumaça entre Têtu, Pif Gadget e Playboy”, afirmou a deputada ecofeminista Sandrine Rousseau à BFMTV. “A França está saindo dos trilhos”, emendou o líder esquerdista Jean-Luc Mélenchon.