O âncora da Fox News Tucker Carlson apresentou na noite desta segunda-feira (6) imagens inéditas da invasão do Capitólio, que ocorreu em 6 de janeiro de 2021. O presidente da Câmara, Kevin McCarthy (Republicanos), concedeu a Tucker arquivo com cerca de 40 mil horas de imagens das câmeras de segurança.
Para o estridente apresentador da Fox News, as imagens apresentadas em seu programa mostram que "os legisladores e a mídia estavam mentindo sobre os eventos que ocorreram em 6 de janeiro".
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A sequência de imagens reveladas por Tucker Carlson mostra policiais do Capitólio escoltando Jacob Chansley, veterano da Marinha que ficou conhecido como o "Xamã QAnon, no interior do Capitólio sem qualquer tipo de atrito físico. Também é revelado que os agentes abrem portas para o Jacob.
Em um ponto, pelo menos nove policiais foram vistos nas proximidades de Chansley e, reforça Tucker Carlson, nenhum dos policiais atuou para impedir o "Xamã QAnon".
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Após a invasão do Capitólio, Chansley foi preso e acusado federalmente de "conscientemente entrar ou permanecer em qualquer edifício restrito ou terreno sem autoridade legal, e com entrada violenta e conduta desordeira nos terrenos do Capitólio". O "Xamã QAnon" foi condenado a quatro anos de prisão.
"Se ele estava de fato cometendo um crime tão grave, por que os policiais que estavam ao seu lado não o prenderam?", questionou Carlson depois de apresentar as imagens inéditas da invasão do Capitólio.
A colunista do New York Post, Miranda Devine, classificou as acusações contra Chansley de "tristes", mas ressaltou que as imagens não livram outros manifestantes de serem julgados por seus atos violentos.
"Você pode ver a maneira como essas pessoas estavam andando pelo Capitólio... eles estão andando mansamente, educadamente na fila, muito pacíficos. Eles não representam nenhum perigo. Eles estão tratando o Capitólio com reverência. Isso não desculpa os outros, a minoria dos manifestantes que quebraram janelas, lutou contra a polícia e feriram policiais, e causaram o caos. Mas as pessoas que agora estão sendo apanhadas e algumas delas foram presas sem julgamento por meses, até anos a fio, não cometeram violência. Eles atravessaram portas abertas, foram escoltados pela polícia, sentiram que estava tudo bem", disse Miranda.
Assim como a extrema direita brasileira, os estadunidenses, a partir das imagens apresentadas por Carlson, querem espalhar a narrativa de que a invasão ao Capitólio não foi "uma insurreição violenta" e que a maioria dos presentes estavam "apenas protestando".
Repercussão
Mike Sington, produtor executivo da NBC, acusou Tucker Carlson de tentar "reescrever a história". "O conhecido mentiroso Tucker Carlson mostra vídeo de segurança de 6 de janeiro e tenta reescrever a história. Diz que a 'esmagadora maioria' não eram insurgentes, 'eram turistas", critica.
Por sua vez, o empresário Elon Musk acusou a comissão que investigou a invasão do Capitólio de "mentir". "Além de enganar o público, eles retiveram provas por razões político-partidárias e mandaram pessoas para a prisão por crimes muito mais sérios do que os cometidos. Isso é profundamente errado, legal e moralmente", disse Musk.
Ainda é muito difícil mensurar qual será o tamanho do impacto político-eleitoral das imagens reveladas pela Fox News. Certamente deve fortalecer o nome do ex-presidente Trump, que lidera isolado na preferência do eleitorado republicano para disputar a eleição presidencial de 2024.
A Casa Branca não se pronunciou sobre as imagens reveladas pela Fox News.