Um espectro ronda o mundo e não é o do comunismo, como preconizou Karl Marx no século XIX ao escrever, junto com Engels, "O Manifesto Comunista" (1848). Novamente, o fantasma que assola o mundo é a possibilidade de uma nova crise bancária nos EUA.
Na última sexta-feira (10), o Silicon Valley Bank (SVB), banco financiador de startups do Vale do Silício, na Califórnia, nos EUA, declarou falência. A quebra do SVB é considerada a segunda pior crise bancária estadunidense desde 2008.
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Dois dias depois da quebra do SVB, as autoridades financeiras dos EUA anunciaram o fechamento de outro banco: o Signature Bank, com sede em Nova York. Os ativos da instituição foram assumidos pelo Federal Deposit Insurance Corporation (FDIC), que também passou a controlar as finanças do SVB. A quebra do Signature Bank é a terceira maior da história dos EUA.
Por meio de um comunicado, o Deptartamento do Tesouro dos EUA afirmou que todos os clientes com dinheiro no Signature Bank "serão assegurados" e nenhum contribuinte será afetado por qualquer perda.
Outros bancos podem quebrar?
A pergunta presente em praticamente todos os meios de comunicação dos EUA é: outros bancos correm risco de quebrar? A crise financeira de 2008 pode se repetir? Até agora apenas respostas evasivas e o governo de Joe Biden correndo para evitar o pior.
Porém, ao que tudo indica, mais um banco está em risco: trata-se do First Republic Bank, cujas ações estão em queda de mais de 60% nesta segunda-feira (13).
Além do First Republic Bank, também apresentam queda no chamado pré-mercado (período que antece a abertrua do pregão) o PacWext Bancorp e o Western Alliance Bancorp, com baixas respectivas de 35% e 25%. O Zions Bancorporation apresenta queda de 11%, o KeyCorp de 10% e Charles Schwab de 13%¨.
Nova crise econômica?
O Federal Reserve (Fed), o Banco Central dos EUA, emitiu um comunicado neste domingo (12) onde anunciou um programa de emergência e afirmou que as posições de liquidez e capital dos bancos estadunidenses "estão fortes".
"O Conselho do Fed está monitorando de perto as condições em todo o sistema financeiro e está preparado para usar toda a sua gama de ferramentas para apoiar famílias e empresas, e tomará medidas adicionais conforme apropriado", declarou o Fed.
Fed anuncia programa para evitar colapso financeiro
O Federal Reserve anunciou neste domingo (12) a criação de um programa emergencial para tentar evitar um colapso no sistema financeiro após a quebra do Silicon Valley Bank e de outras instituições financeiras.
Em comunicado, o Fed revelou que vai fornecer financiamento adicional depositárias por meio do novo Programa de Financiamento a Prazo do Banco (BTFP), que vai oferecer empréstimos com vencimento de até um ano a bancos, associações de poupança, uniões de crédito, dívidas de agências e títulos garantidos por hipotecas e outros ativos qualificados como garantia.
"O BTFP será uma fonte adicional de liquidez contra títulos de alta qualidade, eliminando a necessidade de uma instituição de vender rapidamente esses títulos em momentos de estresse", diz a nota do Fed.
Biden se pronuncia: "Sistema financeiro está seguro"
Em pronunciamento à nação, o presidente Joe Biden afirmou que uma nova crise financeira não deve acontecer e que as pessoas não perderão o seu dinheiro.
"O povo americano e as empresas americanas podem ter certeza de que seus depósitos bancários estarão disponíveis quando precisarem deles", declarou o presidente.
Biden também afirmou que os responsáveis serão punidos. "Estou firmemente comprometido em responsabilizar totalmente os culpados por essa bagunça e em continuar nossos esforços para fortalecer a supervisão e a regulamentação de bancos maiores, para que não fiquemos nesta posição novamente", disse o presidente dos EUA Joe Biden.
Além disso, o presidente dos EUA fez questão de ressaltar que “o sistema financeiro dos EUA está seguro”.
Todavia, o comunicado do presidente dos EUA não foi suficiente para acalmar o mercado. O Índice Dow Jones abri com mais de 200 pontos de queda, acompanhado de quedas na Europa e também no Índice Bovespa.