CRISE BANCÁRIA

Banco das startups do Vale do Silício anuncia falência

Silicon Valley Bank encerrou as atividades nesta sexta-feira (10); caso é considerado a segunda pior crise no setor bancário da maior economia do mundo desde 2008

Créditos: Shutter Stock - Banco do Vale do Silício fecha as portas
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O Silicon Valley Bank (SVB), banco financiador de startups do Vale do Silício, na Califórnia, nos Estados Unidos, declarou falência. O anúncio foi feito por autoridades estadunidenses nesta sexta-feira (10). O caso é considerado a segunda pior crise bancária da maior economia do mundo, atrás apenas da crise de 2008. 

De acordo com o The Wall Street Journal essa foi a segunda maior falência bancária da história dos Estados Unidos. Além disso, a instituição é a maior a quebrar desde o colapso no sistema financeiro americano em 2008, que, à época, gerou uma crise mundial.

O Silicon Valley Bank tinha cerca de US$ 209 bilhões em ativos até o fim de 2022, o que o tornava o 16º maior banco dos EUA, segundo o Federal Reserve – o banco central do país.

A notícia provocou apreensão entre os clientes do SVB que não conseguiram movimentar o dinheiro aplicado no banco. A instituição foi adquirida por reguladores federais.

Segundo a imprensa dos EUA, um dos fatores que resultou na falência do SVB foi o aumento na taxa de juros do país, que passou de 0,25%, em 2020, para 4,75%, em fevereiro deste ano, em uma tentativa do Banco Central do país de controlar a inflação.

Em uma tentativa de equilibrar as contas, o SVB afirmou que venderia US$ 2,25 bilhões em novas ações. Entretanto, o anúncio gerou pânico em empresas de capital de risco, fazendo com que investidores retirassem dinheiro do banco.

Na quinta-feira (9), o presidente-executivo do banco, Greg Becker, pediu para os clientes manterem a calma. No entanto, muitos investidores não confiaram no pedido de Becker, e as ações despencaram 60%, fazendo o SVB perder quase US$ 10 bilhões, segundo a Bloomberg.

De acordo com a imprensa dos EUA, houve uma corrida entre investidores para a retirada de dinheiro do banco nas últimas 48 horas, tornando o SVB praticamente insolvente. Além da queda nos recursos, o banco também viu novos investimentos minguarem. Com isso, o banco foi ficando sem dinheiro.

Para piorar a situação, o SVB havia realizado uma série de investimentos no Tesouro dos EUA e em títulos de dívida pública ligados ao governo. Com o aumento da taxa de juros, os valores desses títulos caiu.

O SVB atendia principalmente startups e financiadores. Como o setor de tecnologia começou a desacelerar nos últimos meses, com os constantes aumentos na taxa de juros para frear a inflação, as empresas atendidas pelo banco começaram a retirar dinheiro mais rápido do que o esperado.

O que é o SVB?

Fundado em 1983, o SVB se especializou em serviços bancários para startups de tecnologia. Forneceu financiamento para quase metade das empresas estadunidenses de tecnologia e saúde apoiadas por capital de risco.

Embora relativamente desconhecido fora do Vale do Silício, o SVB estava entre os 20 maiores bancos comerciais americanos, com US$ 209 bilhões (cerca de R$ 1 trilhão) em ativos totais no final do ano passado, de acordo com o Corporação Federal de Seguro de Depósitos dos EUA (FDIC).